A construção da usina nuclear Angra 3, que terá capacidade para produzir 1,3 mil megawatts (MW), só deverá ser analisada na próxima semana pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), mas a confiança da Eletronuclear na retomada do projeto é tanta que o presidente da estatal, Othon Luiz Pinheiro da Silva, anunciou que a empresa já começa a analisar a instalação das próximas centrais termonucleares do país. No segundo semestre, revelou, os técnicos da estatal vão iniciar um estudo com duração de dois anos para decidir a melhor localização para as duas próximas usinas, no complexo batizado de Guararapes, na região do Vale do São Francisco, na divisa de Sergipe e Alagoas.
O executivo confirmou que, em um segundo momento, ainda sem data definida, a empresa também vai iniciar os estudos para a instalação de outras duas usinas, no Sudeste. Será em um complexo com capacidade para seis centrais, cujo local será escolhido entre três opções: a região do Baixo Tietê (SP), próximo ao Rio Paraná; a localidade de Rio Grande, próximo à represa de Furnas, na divisa de São Paulo com Minas Gerais; e a região do Rio Doce, no Estado do Espírito Santo.
Ontem, durante almoço promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio, Pinheiro da Silva revelou que a empresa só aguarda a aprovação do CNPE e a licença ambiental de Angra 3, prevista para setembro, para começar a trabalhar na estrutura financeira da primeira central nuclear desde Angra 2, inaugurada no início da década. De antemão, revelou, já há compromisso tanto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quanto do Banco do Brasil para liberar a parcela do financiamento em reais do projeto. Para a fatia em dólares, acrescentou, há o compromisso de bancos alemães e franceses, como o Societé Générale.
(Por Ricardo Rego Monteiro,
Jornal do Brasil, 21/06/2007)