Fragmentos florestais de Mata Atlântica podem oferecer chances muito diferentes de sobrevivência a longo prazo para os animais. No dia-a-dia do macaco bugio - a espécie indicadora estudada - a riqueza biológica da mata determina mudanças significativas na dieta, comportamento e até nas taxas de reprodução. Estes são alguns dos resultados preliminares de um estudo feito nos últimos quatro anos em matas de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul no âmbito do Programa Nacional de Biobiversidade (Probio/Pronabio), coordenado pela Fundação BioRio. A comparação entre dois fragmentos florestais de São Paulo, na região de Campinas, revelou-se especialmente interessante porque ambos são do mesmo tamanho (250 hectares), mas em estado de conservação bem diferente. - Notamos uma grande diferença sazonal na dieta dos grupos de bugios, observados tanto na estação chuvosa como na seca, conta Eleonore Setz, da Universidade Estadual de Campinas, uma das coordenadoras do estudo comparativo. Segundo ela, os bugios comem mais folhas durante os meses de seca e mais frutos e flores nos meses de chuva. Isso era esperado, tendo em vista a disponibilidade dos diferentes alimentos.(Diário Catarinense-8/11)