Face aos investimentos que estão previstos para a área portuária junto ao muro do Porto Novo, parte dos moradores do bairro Getúlio Vargas terão que deixar suas residências. Por isso, a Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg) firmará, nos próximos dias, um convênio junto à Furg que, através do Núcleo de Análises Urbanas (NAU), efetuará um levantamento dos dados socioeconômicos da população.
Segundo o coordenador do projeto, César Augusto Martins, o Município possui um histórico doloroso de expansão portuária, já que em outras ocasiões os moradores foram levados para longe de sua área, afastando-os do centro e rompendo vínculos afetivos e familiares. "Nós estamos trabalhando neste levantamento contando com que estes moradores sejam transferidos para uma área próxima, onde contarão com serviços de uso coletivo, como água, luz e transporte", explica. O trabalho tenta minimizar possíveis remoções, pois fará o cadastro exato do número de casas e famílias que moram no local. "Nós trabalharemos com a tipologia dos moradores e o perfil destas famílias", diz Martins.
O trabalho englobará todos os órgãos envolvidos como a Prefeitura Municipal, Suprg, Associação de Moradores e o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), e o projeto será financiado pelo porto. Realizado em dois momentos, contará com três geógrafos e estudantes de graduação da Furg. A Suprg também arcará com o material utilizado enquanto a universidade entrará com os equipamentos, como máquina fotográfica e sala de pesquisa, além de desenvolver a metodologia de trabalho.
Ontem à tarde, o professor se reuniu, pela primeira vez, com a Associação de Moradores do Bairro Getúlio Vargas e o MNLM.
(Por Mônica Caldeira,
Jornal Agora, 20/01/2007)