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2007-06-20

Um poço e água durante os próximos 60 anos para os municípios de São Lourenço do Oeste e Novo Horizonte. Foram cinco meses de trabalho até atingir os 1.560 metros de profundidade e garantir vazão de 140 a 150 metros cúbicos de água por hora. O poço do Oeste do Estado é o maior da América Latina para abastecimento público.

Segundo o geólogo Luiz Guidorzi, da empresa de perfuração Itaí, de São Paulo, a marca anterior era de 1.500 metros, em Votuporanga (SP). Em Presidente Epitáfio, também no interior de São Paulo, há outro ainda mais profundo – com 1.855 metros –, só que não para abastecimento. Foi construído para exploração de petróleo. Hoje no local funciona um balneário.

A obra em São Lourenço do Oeste, parceria do governo do Estado, Prefeituras e Casan, custou R$ 2,6 milhões. A perfuração foi a solução encontrada para que os municípios não fossem mais afetados com racionamentos de água durante períodos críticos de estiagem. Nos quatro últimos anos, em três a população teve problema com abastecimento.

A profundidade necessária para encontrar água surpreendeu até mesmo a Casan. Segundo Paulo Christ, superintendente de operações da Casan no Planalto Norte e Oeste, se esperava encontrar água a no máximo 1.200 mil metros. "Como o aqüífero (Guarani) está em toda a região, sabíamos que encontraríamos água", diz Christ. A dúvida era se seria potável.

Em algumas regiões, a água que provém do aqüífero é salobra (tem mais sal que a água doce e menos que a salgada). Não é o caso de São Lourenço do Oeste. Segundo o diretor regional da Casan, Edir Santo Damo, o líquido é de qualidade tão boa que, se não chegasse à superfície a temperatura de 55ºC, poderia ser bebido na hora.

A forma como a água será resfriada ainda não foi definida. De acordo com Christ, o mais provável é que seja projetada uma torre de resfriamento. A água será bombeada até o alto – ainda sem altura estabelecida – e voltará em uma espécie de escada. O resfriamento ocorre naturalmente, no contato da água com a atmosfera. A torre deverá ser feita com materiais sintéticos para evitar corrosão.

O uso da água do poço será combinado com a do rio. Serão 39 litros vindos do poço por segundo – do rio hoje são 31 litros por segundo. Com o aumento, dez mil economias poderão ser atendidas – hoje são 1.350. Os custos na manutenção do sistema da Casan também devem ser reduzidos. A estação de tratamento hoje opera 22 horas por dia. Com a nova estrutura, a previsão é que esse tempo seja reduzido para dez horas.

A Casan não tem previsão de quando a água poderá ser consumida pela população. O próximo passo da obra será a licitação para compra de equipamentos da tubulação, rede e cabo elétricos, quadro de comando e bomba submersa, que devem custar R$ 1,8 milhão. A licitação deve ser concluída em 90 dias.

Outra obra com proporções semelhantes está sendo construída no Meio-oeste. Um poço com 1.300 metros de profundidade vai abastecer os moradores de Maravilha. A vasão de água, em fase de testes, fica em torno de 150 metros cúbicos por hora.

Alerta para os riscos de contaminação
Especialistas dizem que ainda não é conhecida a capacidade de renovação do Aqüífero Guarani, de onde é extraída a água do poço de São Lourenço do Oeste.

O biólogo e professor da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Anderson Guzzi, conta que entre os poços perfurados estão dois no Estado de São Paulo, que abastecem 1,5 milhão de pessoas. "Quando se tira água, é como se fosse uma lacuna. O risco da perfuração é misturar a água limpa, do aqüífero, com a contaminada, proveniente da possível poluição superficial dos rios,", diz.

A gerente do Consórcio de Gerenciamento Ambiental Iberê, Silvia Valdez, afirma que a perfuração de poços facilita a contaminação da reserva de água potável do aqüífero. "Estudos dos países em que o aqüífero passa são um avanço, mas são recentes. Seria melhor conhecer antes de explorar", alerta. Silvia também ressalta que, a partir dos estudos integrados, devem surgir critérios internacionais para a exploração do Aqüífero Guarani, como listas sobre os usos possíveis e recomendáveis e do que é preciso para garantir a conservação.

Paulo Christ, superintendente de operações da Casan no Planalto Norte e Oeste, afirma que na obra em São Lourenço do Oeste houve cuidado especial na hora da perfuração. Segundo ele, todas as áreas com fendas na rocha foram cimentadas, e as cavas preenchidas. Na parte em que foi encontrada água, há um revestimento de tela com lâminas paralelas, que evita a passagem da areia do arenito junto com a água. Boa parcela do caminho percorrido pela água também é revestida com tubos metálicos.
(Por Lilian Simioni, A Notícia, 20/06/2007)


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