Coca-Cola ou Pepsi? McDonald´s ou Burger King? Amazon ou Yahoo? Climate Counts, um novo grupo sem fins lucrativos, quer que os consumidores pensem em mais do que o sabor ou serviço quando eles tomam essas decisões. Ele quer que seja considerado o histórico da empresa em acrescentar ou conter as mudanças climáticas.
Em um cartão de pontos que será publicado nesta terça-feira, o grupo irá listar várias empresas de consumos, agrupadas por indústria, em como eles medem as emissões de gases poluentes, seus planos para reduzi-los, seu apoio ou oposição à regulamentação e – mais importante, disse Wood Turner, o diretor executivo do grupo – o quanto eles revelam dessas atividades. “Se a informação não estiver nas mãos dos consumidores, eles não podem fazer escolhas informadas”, disse Turner. Gary Hirshberg, executivo chefe da produtora de iogurte Stonyfield Farm e presidente da Climate Counts, coloca em termos mais simples: “empresas não tendem a ser humildes”, ele disse. “Quando eles estão fazendo algo de bom, normalmente eles falam sobre isso”.
O Projeto Revelação de Carbono listou empresas pelos seus dados ambientais por vários anos. Mas seus objetivos são de ajudar os investidores a escolherem ações e cutucar gerentes teimosos. Climate Counts está focando nos consumidores. “É hora de nossos consumidores olharem para estratégias mais amplas de mudanças climáticas, ao invés de somente os impactos ambientais de produtos específicos”, disse Adam Markham, diretor executivo da ONG Clean Air-Cool Planet e membro do conselho do Climate Counts.
Nenhuma empresa conquistou um 100 perfeito. Seis empresas marcaram zero e somente quatro – Canon, Nike, Unilever e IBM – marcaram 70 ou mais. Até mesmo a Stonyfield Farm, que doou US$500 mil em dinheiro para sementes para a Climate Counts, conseguiu 63, e sua empresa mãe, Groupe Danone, marcou 50. “Conseguimos pontos baixos na revelação, e não fizemos o suficiente com os renováveis”, disse Hirshberg com uma risada envergonhada, dizendo que ele montou times para solucionar esses problemas. Não surpreendentemente, empresas que ganharam de seus rivais diretos disseram que as fiscalizações eram bem-vindas.
A Coca-Cola, que marcou 57 pontos (contra os 26 da PepsiCo) está marcando, revelando e contendo emissões há vários anos, disse Jeff Seabright, vice-presidente da Coca-Cola para meio-ambiente e recursos de água. A empresa agora está investindo pesado em pesquisas para refrigerantes mais amigáveis ao clima, ele disse. “Informações mostram que o ambiente é uma parte crescente da escolha de um consumidor informado”, ele disse, “e essa pontuação reconhece nossa liderança”.
McDonald´s, cujos 22 pontos ficaram atrás somente dos 46 do Starbucks na categoria de alimentos, está similarmente contente. Bob Langert, vice-presidente do McDonald´s para responsabilidade social da corporação, disse que ano passado a empresa reduziu o uso de energia em seus restaurantes em 4%, e que logo irá ganhar de seus próprios fornecedores em atividades ambientais. “Seria maravilhoso se os cartões de pontuação da Climate Counts estimule os consumidores a aprender mais sobre o que estamos fazendo”, disse Langert.
Empresas com pontuações relativamente baixas não foram tão positivas em relação à suas críticas. Amazon.com marcou zero porque os pesquisadores do Climate Counts não conseguiram achar informações relevantes sobre seu papel nas mudanças climáticas. Craig Berman, um porta-voz da Amazon.com disse que eles não procuraram muito. O site da empresa inclui informações sobre programas de reciclagem, ele apontou, e dá ênfase aos produtos verdes que vende.
“Nós temos muita coisa por aí, e ainda mais que estamos trabalhando”, disse Berman. “Então eu realmente não sei como eles estão nos julgando”. A Avon Products, que marcou 11 pontos e foi humilhada pelos 45 da L´Oreal e os 53 da Procter & Gamble, não comentou diretamente sua pontuação. Mas Susan Arnot Heaney, diretora de responsabilidade corporativa da Avon, enumerou passos que a Avon havia tomado em conservação de energia, reciclagem, e redução de embalagens.
A Avon está “silenciosamente fazendo a coisa certa pelo meio-ambiente”, ela disse. O pessoal do Climate Counts disse que eles atualizariam com prazer o placar de pontos quando as empresas tornarem as informações públicas. E eles pretendem publicar um novo a cada ano. “Esse cartão de pontos serve aos dois lados, recompensando as empresas e provocando outras”, disse Hirshberg. “Não estamos falando aos consumidores de quem comprar. Só estamos falando para eles prestarem atenção”.
(Por Claudia H. Deutsch, The New York Times, 19/06/2007)