Interessada em explorar o mercado norte-americano de etanol, a brasileira Infinity Bio-Energy comprou o controle de uma empresa da República Dominicana e vai construir uma desidratadora de álcool no Caribe, além de investir na produção local do biocombustível.
Serão investidos US$ 90 milhões no projeto, cuja produção começará em 2008. A empresa local, Bioetanol Boca Chica, já produz açúcar no país.
"Compramos 51% da empresa dominicana e vamos expandi-la para produzir álcool e também desidratá-lo, visando os Estados Unidos e talvez a União Européia", afirmou nesta terça-feira Sérgio Thompson-Flores, presidente da Infinity Bio-Energy.
O Caribe tem atraído o interesse de investidores por manter um acordo comercial com os EUA que isenta as exportações de álcool para o mercado norte-americano de uma tarifa de importação cobrada de outras origens.
Mas para gozar do benefício, o produto normalmente enviado do Brasil passa por um reprocessamento (desidratação) para ingressar nos EUA.
A primeira planta a ser instalada será desidratadora. Em 2008 ela deve processar 200 milhões de litros de álcool. No ano seguinte, este volume irá dobrar.
Já a unidade que produzirá o combustível localmente entrará em operação em 2009 com produção de 60 a 70 milhões de litro e alcançará sua capacidade plena de 200 milhões de litro em 2010.
A República Dominicana é uma tradicional cultivadora de cana, mas produz apenas açúcar atualmente.
Em visita ao Brasil, o presidente do país, Leonel Fernandez, afirmou que há a intenção de diversificar a produção com investimentos na produção de álcool.
O governo estuda inclusive adotar a mistura obrigatória do biocombustível à gasolina.
"O pagamento da dívida externa está ligado a um imposto na gasolina (portanto a redução do consumo seria um problema), mas alguma solução será encontrada. Existe a vontade política (de adotar o etanol)", explicou o presidente durante encontro na Fiesp.
A parceria da Infinity com a Boca Chica é o segundo investimento fora do país. A empresa assinou em maio acordo com uma produtora de açúcar do Panamá para construção de uma usina e uma unidade desidratadora, também naquele país.
A empresa brasileira opera atualmente quatro usinas no Brasil (de açúcar e álcool) e tem seis projetos em andamento, considerando aquisições e novas unidades.
(Agência Estado, com informações da Ruters, 19/06/2007)