Um grupo de importantes cientistas de prestigiadas instituições dos EUA lançou um aviso dramático: o aquecimento global está a ameaçar a própria civilização planetária. Isto porque o nível do mar, proveniente do degelo das calotes polares, pode subir vários metros até 2100, e não os 40 centímetros previstos pelo Painel sobre Alterações Climáticas da ONU. O grupo de cientistas é liderado por James Hansen, director do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, que foi o primeiro cientista a advertir o Congresso dos EUA sobre os perigos do aquecimento global. O aviso foi divulgado pelo diário britânico The Independent.
Além de Hansen, os outros cientistas são Makiko Sato, Pushker Kharecha e Gary Russell, também do Instituto Goddard, David Lea da Universidade da Califórnia, e Mark Siddall do Observatório Terrestre Lamont-Doherty da Universidade Colúmbia em Nova York. No documento, de 29 páginas, os cientistas dizem que as alterações climáticas forçadas pelos gases de efeito estufa ameaçam dar um abanão no clima que pode "espalhar um cataclisma" nas camadas de gelo da Antárctica e da Gronelândia. Já existiram grandes alterações de clima no passado, mas nenhuma desde o desenvolvimento de sociedades humanas complexas e da civilização.
"A Civilização desenvolveu-se e construiu uma extensa infra-estrutura durante um período de invulgar estabilidade climatérica, o Holoceno, que dura há cerca de 12 mil anos. Este período está prestes a acabar", advertem os cientistas. Para eles, a Humanidade não pode queimar as reservas remanescentes de combustível fóssil. "Fazê-lo iria garantir alterações dramáticas do clima, dando origem a um planeta diferente daquele onde a civilização se desenvolveu e para o qual foi construída uma extensa infra-estrutura." Os cientistas dizem que o planeta tem cerca de 10 anos para aplicar medidas draconianas de controlo dos gases de efeito estufa e evitar o aquecimento global.
(Esquerda.net, 19/06/2007)