Segundo o Greenpeace, a previsão se baseia num estudo do acadêmico alemão Cord Jakobeit, da Universidade de Hamburgo, segundo o qual os mais propensos a ter que deixar suas casas devido a desastres ambientais causados pelo aquecimento global seriam os habitantes das regiões mais pobres do mundo.
Especialistas acreditam que já existam pelo menos 20 milhões de refugiados do clima. Eles afirmam que as comunidades inuit (esquimós) estão sendo deslocadas pelo derretimento do gelo na América do Norte e na Groenlândia, e que os moradores da região africana de Sahel, afetada pela seca, das planícies alagáveis de Bangladesh e das ilhas do Pacífico Sul estão sofrendo destino parecido.
O climatologista do Greenpeace Andree Boehling alertou para o aparecimento de uma nova categoria de refugiados, que não goza de proteção política porque sua condição não é reconhecida apropriadamente. "As pessoas mais pobres do mundo não tiveram participação na mudança climática, mas serão as primeiras a sofrer severamente suas conseqüências", afirmou.
"Enquanto isso, as nações industrializadas que causaram o aquecimento global negam a existência de refugiados do clima e usam suas leis para refugiados para evitar ter de cuidar deles", acrescentou Boehling. O termo "refugiado do clima" foi cunhado cerca de uma década atrás para descrever aqueles que são forçados a deixar suas casas devido aos efeitos do aquecimento climático, mas não é oficialmente reconhecido por governos ou pelas Nações Unidas.
(France Presse, 19/06/2007)