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chuvas e inundações
2007-06-20
Aprovada por 1,8 mil porto-alegrenses sábado passado (16/06) durante a discussão do Plano Diretor, a moção pedindo a derrubada do Muro da Mauá trouxe novamente à tona das águas plácidas do Guaíba a polêmica sobre a existência da obra. O debate, que provoca divergências entre moradores e especialistas, também levanta uma questão: para que serve afinal o paredão de 2,6 quilômetros de concreto no coração da Capital?

De acordo com o planejamento contra a ameaça representada por uma eventual cheia do Guaíba, o muro - que na verdade é uma cortina de concreto com três metros enterrados no solo e outros três visíveis - é fundamental para completar os 68 quilômetros de diques que protegem toda a cidade. Motoristas que circulam pela freeway e por avenidas como a Beira-Rio podem não saber, mas estas vias fazem as vezes de diques pela elevação do terreno em relação ao nível do Guaíba e integram o sistema de proteção contra as cheias. "Sem o muro, a água que é jogada para fora da cidade pelas casas de bomba e a chuva que aumenta o nível do Guaíba poderia retornar pelo centro da cidade, argumenta o diretor-geral em exercício do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Sérgio Zimmermann.

De acordo com as medições oficiais, a última vez em que a cheia do Guaíba chegou a patamar suficiente para atingir o centro da cidade foi em 1967. Desde então, houve apenas momentos de alerta em 1973, 1983 e 2001. Uma enchente como a que alagou o Centro em 1941 tem chance de ocorrer uma vez a cada 370 anos. Especialistas como o geógrafo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Nelson Gruber manifestam desconfiança quanto à utilidade do muro, pois admite a hipótese de a água contornar a barreira ou passar pelas comportas.

Zimmermann afirma que manutenções freqüentes garantiriam o funcionamento do sistema em caso de necessidade. O professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, Carlos Tucci, diz que, embora a ocorrência de uma nova enchente como a de 1941 seja estatisticamente rara, nada impede que ocorra hoje ou amanhã. "Pode-se diminuir a altura, mas a sociedade precisa saber que estaria aumentando o seu risco", avalia.

As dúvidas
Apesar das justificativas teóricas, especialistas não chegam à conclusão sobre a eficácia e a necessidade do Muro da Mauá:
- Especialistas como o geógrafo da UFRGS Nelson Gruber questionam a operacionalidade do sistema, ao verificar que ele exigiria o perfeito funcionamento das casas de bomba e das comportas. O DEP afirma que esses equipamentos recebem manutenção preventiva para poder entrar em funcionamento em caso de necessidade.

- Como a possibilidade de repetição de um evento como a enchente de 1941 é remota, muitos moradores também avaliam que não justifica a permanência do muro. Para o professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS Carlos Tucci, a recorrência prevista de 370 anos não significa que uma nova enchente não possa ocorrer a qualquer momento.

- Também é discutida a possibilidade de substituição do muro por outro sistema de proteção. O DEP se mostra aberto à discussão, mas falta um projeto detalhado explicitando qual seria o modelo a ser empregado e qual seu custo exato para os cofres públicos.

Para o seu filho ler
Em 1941, bem antes de você ter nascido, o Guaíba transbordou por causa de uma quantidade muito grande de chuva. O centro de Porto Alegre ficou cheio de água. Dava até para andar de barco nas ruas. Até hoje, nossos avós comentam dos estragos daquela cheia. Mais de 30 anos depois, em 1974, o governo construiu um muro na beira do Guaíba e disse que daquele jeito a água não ia mais entrar na cidade. Nem todos concordaram. Tem gente que gostaria de retirar o muro, para que o porto vire um lugar mais bonito de passeio.

Técnicos da prefeitura, porém, garantem que o muro protege as pessoas contra uma grande enchente, que um dia pode ocorrer de novo. Esta polêmica, como você vê, se arrasta há mais de 30 anos.

(Zero Hora, 19/06/2007)

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