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2007-06-19
Mais de três milhões de menores de cinco anos morrem a cada ano por causas relacionadas ao meio ambiente. Os dados são do primeiro estudo por países sobre o impacto que os fatores ambientais têm na saúde publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A análise mostra também que cerca de 13 milhões de mortes poderiam ser prevenidas a cada ano em nível mundial mediante a introdução de melhorias em matéria de salubridade ambiental.

Segundo o estudo, as principais vítimas das mortes causadas por fatores ambientais são as crianças, que apresentam 74% das doenças atribuíveis a doenças de diarréia e infecções das vias respiratórias inferiores. Por causa da diarréia, cerca de 1,6 milhões de crianças morrem por ano, principalmente, devido à água contaminada e a um saneamento deficiente.

A contaminação do ar em locais fechados associada à utilização, ainda generalizada, de combustíveis de biomassa também são grandes vilões para a saúde infantil. Quase um milhão de crianças morrem por ano, principalmente, por infecções respiratórias agudas. O problema pode começar antes mesmo do nascimento. As contaminações no ar, o mercúrio na água e o contacto das mulheres grávidas com pesticidas, dissolventes e contaminadores orgânicos persistentes podem afetar à saúde do feto ou mesmo causar danos irreversíveis, como infertilidade, abortos espontâneos e defeitos de nascimento.

"Em particular nos países em desenvolvimento, os riscos e a contaminação ambiental contribuem de maneira muito importante para a mortalidade e a incapacidade infantis associadas às doenças respiratórias agudas, doenças estomacais, traumatismos físicos, intoxicações, doenças transmitidas por insetos e infecções pré-natais", disse a OMS.

De acordo com o estudo da OMS, os problemas decorrentes dos riscos ambientais correspondem a 10% das mortes em 23 países do mundo. Em alguns deles, a melhora na salubridade ambiental permitiriam prevenir mais de um terço da taxa de morbidade. Mesmo nos países que desfrutam de condições ambientais mais favoráveis, cerca de um sexto da taxa de morbidade poderia ser prevenida com as melhoras. A análise confirma que os países de baixa renda são os que mais sofrem com os problemas de saúde ambiental. Neles, a perda de anos de vida sã por pessoa vem a ser umas 20 vezes superior à correspondente aos países de alta renda.
Entre os países mais afetados destacam-se: Angola, Burquina Faso e Mali, assim como o Afeganistão.

Os principais problemas causadores de doenças por risco ambiental detectado pela OMS foram a insalubridade da água, incluídas as más condições de saneamento e a falta de higiene, a contaminação do ar em espaços fechados devido a utilização de combustíveis sólidos para cozinhar, a radiação ultravioleta e os ecossistemas degradados. Para a OMS, muitos destes problemas poderiam ser evitados com soluções pouco custosas. "Por exemplo, só filtrar e desinfetar a água se pode melhorar espetacularmente a qualidade microbiológica dela e reduzir o risco de enfermidades diarréicas a um custo baixo", disse a organização.

A OMS utilizou para fins de análises fatores ambientais que incluem a contaminação, os fatores ocupacionais, a radiação ultravioleta, o ruído, os métodos agropecuários, a mudança climática, a transformação dos ecossistemas, as zonas edificadas e o comportamento das pessoas. De acordo com a OMS, a importância do estudo por países é que os governos "podem utilizar essas cifras para afinar suas próprias estimativas". "Estes dados, apesar de apresentar certas incertezas, indicam a existência de oportunidades para a adoção de medidas focalizadas de prevenção de enfermidades", concluiu OMS.
(Adital, 14/06/2007)


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