A Bahia pode ganhar mais uma fábrica de celulose. A brasileira Aracruz e a sueco-finlandesa Stora Enso, que já contam com uma unidade no sul do estado – Veracel –, estudam a implantaçăo de uma nova planta industrial, cujos investimentos podem ultrapassar de US$1 bilhăo. A unidade teria capacidade de produçăo de um milhăo de toneladas. O local ainda năo foi escolhido e as outras alternativas săo o Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Uruguai ou China.
O presidente da Veracel, Renato Geron, afirmou que as chances da Bahia săo boas, mas a decisăo cabe somente aos acionistas, que controlam em partes iguais a unidade, localizada no município de Eunápolis e que foi fruto de um investimento de US$1,3 bilhăo. A planta em operaçăo já atingiu sua capacidade plena e em 2006 fabricou 976 mil toneladas de celulose branqueada de eucalipto. “Este ano, a nossa expectativa é ultrapassar um milhăo de toneladas”, informou Geron.
O diretor administrativo e financeiro, Sidney Leandro, destacou que a Veracel, inaugurada no final de 2005, já está entre as dez maiores empresas da Bahia e é a quinta maior exportadora do estado. No ano passado, o faturamento líquido chegou a R$777 milhőes, resultando em um lucro da ordem de R$27 milhőes. “Respondemos, hoje, por 15% do PIB agropecuário do sul baiano”, informou.
Um relatório elaborado pela Fundaçăo Getúlio Vargas (FGV) mostrou, em detalhes, como a empresa influenciou o desenvolvimento econômico e social da regiăo onde está localizada. Entre 2003 e 2006, a instalaçăo da fábrica e a expansăo das atividades florestais da Veracel contribuíram com 60% de todo o crescimento econômico nos municípios do extremo sul baiano. Hoje, as atividades da empresa sustentam 30,4 mil empregos, gerados nos setores florestal, de comércio, transportes e outros serviços. “Somente na indústria, săo mais de 4,2 mil funcionários”, citou Renato Geron.
A produçăo da Veracel é destinada ao mercado externo, sendo que 50% săo direcionados para a sócia Stora Enso, maior produtora de papel do mundo, com presença em mais de 40 países. A outra metade é comercializada pela Aracruz nos Estados Unidos e países da Europa e Ásia.
(Por Pedro Carvalho,
Correio da Bahia, 19/06/2007)