Foi realizada Sábado (16/06), em Madrid, uma sessão do Tribunal Permanente dos Povos que pretende julgar simbolicamente a empresa petrolífera espanhola Repsol YPF pelos danos que vem causando na Colômbia e outros países onde está presente. A audiência aconteceu no Salão de Atos da Biblioteca Histórica "Marqués de Valdecilla" da Universidade Complutense de Madrid.
O julgamento simbólico teve início com o testemunho de membros de várias Organizações Não-Governamentais (ONG), ecologistas, pesquisadores, defensores dos direitos humanos e pessoas diretamente afetadas pela empresa. Cada um deles fez um relato apresentando provas das conseqüências da presença da Repsol na América Latina e em países de outras regiões.
Como em um tribunal comum, o Tribunal Permanente dos Povos é composto de um juiz, uma pessoa da acusação e um advogado de defesa que poderão ouvir as acusações contra a Repsol. Entre elas, se encontra a de contribuir com a destruição ambiental do planeta, a desapropriação de populações indígenas, roubo de recurso dos países do Sul e violação dos direitos humanos em alguns locais.
O julgamento tem como foco principal os problemas da multinacional espanhola na Colômbia. Para isso, três dirigentes de organizações sociais colombianas testemunharam no tribunal contra a empresa. Os problemas relacionados à presença de multinacionais petrolíferas na Colômbia, principalmente a Repsol, estão ligados à perseguição de sindicalistas, deterioração de ecossistemas de grande valor ecológico e violações de direitos humanos.
No início de junho, um projeto de exploração de petróleo da Repsol na Amazônia, norte do Peru, foi provisoriamente rejeitado pelo Ministério de Minas e Energia do país. O governo peruano pediu que a empresa revisse a avaliação de impacto ambiental apresentado e que levasse em conta a presença de indígenas que vivem isolados na região. "O projeto tem como objetivo, segundo informe do próprio Ministério, o desenvolvimento de 45 linhas sísmicas com um total de um quilômetro com o objetivo de determinar os lugares prováveis de perfurações para a instalação de poços de petróleo", informou a organização Survival International, que trata de questões dos povos indígenas. Segundo a Survival, estima-se que 15 diferentes povos indígenas vivam em áreas isoladas do norte do Peru, todos eles sob ameaçados de extinção devido a explorações petrolíferas, que hoje ocupam cerca de 70% da Amazônia peruana.
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Adital, 15/06/2007)