Empresas dos Estados Unidos acordaram para a crise climática, mas a administração do presidente George W. Bush está falhando em agir rápido o suficiente, de acordo com o ex-vice-presidente americano Al Gore. Em uma nova edição de seu livro Earth in the balance, Gore afirma que Wall Street e prefeitos de cidades por todo o país começaram a agir e, apesar de o tempo estar se esgotando, a batalha não está perdida.
"Wall Street sabe que temos um problema, e acredito que com os sinais e investimentos certos podemos criar os tipos de parcerias público-privadas que vão desencadear o poder dos mercados para resolver a crise climática", escreveu Gore. Cientistas prevêem que as temperaturas médias globais vão aumentar entre 1,8º C e 4º C neste século devido à queima de combustíveis fósseis para energia e transporte, causando enchentes, fome e tempestades e colocando em risco milhões de vidas.
No novo prefácio, Gore, que diz que a humanidade está em rota de colisão com a natureza, acusa a administração Bush de ser a ferramenta das potências petrolíferas para enfraquecer os alertas de cientistas. O ex-candidato à Presidência afirmou que a ciência da mudança climática não está mais em disputa, e que o que falta é a vontade política de traduzir isso em ação efetiva.
"A menos que tomemos atitudes com coragem e rapidamente... estamos em grave perigo de cruzar o ponto em que não há mais retorno dentro dos próximos 10 anos", escreveu ele. O prefácio foi escrito antes de Bush dizer, no mês passado, que convocaria uma reunião neste ano entre os maiores poluidores mundiais para discutir cortes a longo prazo das emissões de carbono - um evento que ambientalistas criticam como sendo uma forma de minar o Protocolo de Kyoto.
(
Reuters, 18/06/2007)