“A exposição foi concebida para mostrar o esforço pioneiro de Lutzenberger na defesa de um desenvolvimento sustentável, principalmente na agricultura e no uso dos recursos não-renováveis, antevendo, décadas atrás, os perigos da globalização, nas suas atuais tendências, para a humanidade”, diz o coordenador do Memorial da Câmara, Jorge Barcellos.
A mostra pode ser visitada de segundas a quintas-feiras, das 9 às 18 horas, e, nas sextas-feiras, das 9 às 16 horas, na Avenida Loureiro da Silva, 255. Informações e agendamento de visitas orientadas pelos telefones (51) 3220-4187 e 3220-4318.
Quem foi Lutzenberger
Nascido em 17 de dezembro de 1926, em Porto Alegre, Lutzenberger formou-se engenheiro-agrônomo pela Ufrgs em 1950 e fez pós-graduação em Ciência do Solo na Lousiana State University. Trabalhou para empresas de adubos químicos, mas, em 1970, após 13 anos como executivo da Basf, passou a denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos e a dedicar-se à defesa do desenvolvimento sustentável. Em 1988, recebeu, na Suécia, o prêmio The Right Livelihood Award, considerado o Nobel Alternativo, sendo definido pela imprensa como “pai do ambientalismo brasileiro”.
Lutz, como era chamado, foi um dos fundadores da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), a primeira entidade ecológica da América Latina, e criou a Fundação Gaia. Escreveu diversos livros, entre eles Fim do Futuro? - Manifesto Ecológico Brasileiro, de 1976, e coordenou os estudos ecológicos do Plano Diretor do Delta do Jacuí, entre outras atividades.
Em março de 1990, foi nomeado secretário-especial do Meio Ambiente da Presidência da República, cargo que exerceu até 1992. Nesse período, teve papel decisivo na demarcação de terras indígenas, em especial a dos ianomamis, em Roraima, na assinatura do Tratado da Antártida, na Convenção das Baleias e na participação das conferências preparatórias da Conferência Mundial do Ambiente, a Rio-92. Morreu em maio de 2002, aos 75 anos.
(Por Claudete Barcellos, Ascom CMPA, 18/06/2007)