Os invernos rigorosos do norte do planeta estão dando lugar à primavera semanas antes do que ocorria há uma década, informam pesquisadores na edição mais recente da revista científica Current Biology. Segundo os pesquisadores, efeitos detectados no Ártico oferecem uma antevisão de o que o aquecimento global representará para o restante da Terra.
"Os ambientes árticos estão, e serão, expostos ao aquecimento mais severo", diz o cientista dinamarquês Toke T. Hoye, em nota distribuída pela revista. "Nosso estudo confirma o pensamento de muitas pessoas, de que as estações estão mudando e que não se trata de apenas um ou dois anos mais quentes, e sim de uma tendência forte, verificada ao longo de uma década".
Para revelar os efeitos do aquecimento, os cientistas estudaram os sinais da primavera normalmente observados em plantas, borboletas, pássaros e outras espécies. Mudanças nesses sinais são encaradas como as evidências mais claras e rápidas de resposta biológica á elevação das temperaturas, explica Hoye.
Os pesquisadores documentaram um avanço extremamente rápido, induzido pelo calor, no florescimento, emergência e reprodução de uma ampla gama de espécies do Ártico. O avanço médio, em todos grupos, foi de 14,5 dias por década, com casos de antecipações de até 30 dias.
(Estadão, 18/06/2007)