A desconsideração do Inventário Florestal do Rio Grande do Sul para a elaboração do Estudo de Zoneamento Ambiental foi a principal denúncia apresentada pelo deputado Nelson Härter (PMDB) durante sua manifestação, na noite de quinta-feira (14/06), em Santa Maria. O questionamento aos técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), responsáveis pela elaboração do zoneamento e promoção do evento, foi feito pelo parlamentar diante de platéia formada por mais de l,2 mil pessoas, interessadas no debate sobre o documento que pretende regrar a atividade da silvicultura.
Härter também formulou perguntas, que ficaram sem respostas, ao corpo técnico do órgão, por ocasião de reunião com o mesmo propósito, ocorrida, na noite anterior, em Alegrete, sendo aplaudido por semelhante público, composto por professores, especialistas, profissionais da área, mestres, estudantes, representações de trabalhadores, empresários, lideranças políticas, prefeitos, vereadores e deputados, a exemplo do que ocorreu em Pelotas, há poucos dias.
O deputado deu o prazo de até segunda-feira (18/06) para que a Fepam apresente a resposta, por escrito, a respeito dos motivos que levaram o organismo a não utilizar os dados contidos no Inventário Florestal do RS, encomendado pelo Governo do Estado/ Secretaria Estadual da Agricultura de Abastecimento, entregue à Secretaria do Meio Ambiente (Sema), em 2001, fazendo parte dos trabalhos do Departamento e Florestas e Áreas Protegidas, desde então. O inventário foi elaborado pela Universidade Federal de Santa Maria, considerada como um dos maiores centros de engenharia florestal do Brasil.
Também revelou que a Fepam se valeu de números apontados em estudo datado de 1975, ou seja, que já acumula o atraso de 32 anos, em detrimento do inventário atualizado, que custou aos cofres públicos a soma de U$ 1 milhão, cujo tamanho da competência, veracidade e complexidade tem norteado e incentivado a implantação de empreendimentos do RS, com valores e projeções incalculáveis. A falta de resposta plausível por parte da Fepam, segundo registra Härter, provocará o protocolo de mais outra denúncia que efetivará contra o órgão, junto ao Ministério Público.
(Por Mara Braga,
Agência de Notícias AL-RS, 15/06/2007)