Um levantamento feito pela prefeitura de Cachoeira do Sul, na Região Central, verificou que os cerca de 45 funcionários que atuam na unidade da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) não têm hidrômetros instalados em suas residências. Sem o equipamento, que mede o consumo de água, os servidores pagavam apenas uma taxa básica mensal de R$ 38, independentemente do gasto que tinham.
Este é o valor da taxa cobrada de todos os gaúchos que ainda não receberam o aparelho da Corsan - o que corresponde a cerca de 25% dos clientes. No entanto, segundo o diretor-presidente da companhia, Mário Rache, nenhum dos mais de 4 mil funcionários da estatal integraria esta estimativa. Desde 2000, eles são orientados a ter o equipamento em casa. - Com certeza este é um caso isolado - afirma Rache. A irregularidade foi flagrada depois que servidores da prefeitura perceberam acidentalmente que a casa do gerente-geral da Corsan em Cachoeira do Sul, Telmo Buiz, não tinha o equipamento.
Caso foi encaminhado para o Ministério PúblicoBuiz não quis falar sobre o assunto com ZH. Mas em uma gravação feita pela RBS TV, revela que a casa onde mora há sete anos nunca teve hidrômetro. - Não recordo se o equipamento existia na casa antes de a comprarmos - comentou. Buiz explicou que os novos hidrômetros que chegam ao município são encaminhados de maneira prioritária aos moradores que estão na fila para receber o aparelho.
A situação provocou contrariedade no prefeito Marlon Santos (DEM). - Se é por falta, então posso ceder o da minha casa. Não é porque são funcionários da Corsan que não precisam pagar igual aos outros. Senão, nenhum dos servidores da prefeitura precisaria pagar impostos municipais - ironizou o prefeito, que encaminhou o caso ao Ministério Público. Buiz foi afastado ontem do cargo. Na segunda-feira, Edson Specht, da diretoria comercial da Corsan em Porto Alegre, deve assumir como gerente interino até que a estatal defina um novo nome.
(Por SÂMIA FRANTZ,
ZH, 17/06/2007)