Depois de uma semana sobre o centro-sul do Estado, as nuvens carrancudas abandonarão a paisagem gaúcha - mas por pouco tempo, segundo a Central de Meteorologia. Uma massa de ar polar chegou ontem (15/06) ao Rio Grande do Sul, mandou a chuva embora e derrubou a temperatura. Na região da Campanha, as mínimas atingirão 3ºC num fim de semana parcialmente nublado. A geada promete cobrir campos no Estado principalmente no domingo.

Por conta do ciclone extra tropical, Serra, Região Metropolitana e Litoral ainda observarão rajadas de até 100 km/h, na manhã de hoje, conforme um aviso emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Tanto vento no Oceano Atlântico não poderia ter outra conseqüência: segundo a coordenadora da Central de Meteorologia, Cátia Valente, as praias gaúchas e catarinenses sofrerão com a ressaca dos mares. A passagem do ciclone extratropical pelo Oceano Atlântico provocou problemas ontem em municípios do sul do Estado. Chuva intensa e vento forte alagaram ruas e casas. O vento atingiu a cidade de Rio Grande durante todo o dia. No fim da tarde, as rajadas chegaram a 80 km/h.

A Praticagem da Barra suspendeu a entrada e saída de navios desde o final da manhã. No porto pesqueiro, os barcos respeitaram a recomendação da Marinha e permaneceram atracados. Já nos Molhes da Barra, as ondas, bastante agitadas, não espantaram os pescadores mais corajosos. - É o melhor tempo para se conseguir tainha e anchova - comemorou o pescador Jorge Luiz Gonçalves, 39 anos. No entanto, as maiores rajadas - cerca de 90km/h - foram registradas no início da tarde, no Chuí, na fronteira com o Uruguai. Situação pior enfrentaram os moradores de Amaral Ferrador. As estradas de terra que dão acesso a municípios como Camaquã e Cristal ficaram interditadas.

O forte vento da madrugada também causou a queda de árvores em Sapiranga, Novo Hamburgo e Campo Bom. A comerciante Salete da Cruz, 40 anos, viu um árvore cair caiu sobre o seu minimercado em Novo Hamburgo. No noroeste do Estado, uma pequena embarcação virou com dois jovens, em Doutor Maurício Cardoso. Um deles, Elias da Rosa Souto, 14 anos, desapareceu nas águas do Rio Uruguai. Zaqueu de Camargo, 24 anos, conseguiu se salvar.
(ZH, 16/06/2007)