As mudanças de temperatura têm colocado à prova a saúde dos gaúchos. Após o frio intenso registrado desde maio, nos últimos dias é a umidade a principal causadora dos problemas respiratórios que lotam as emergências dos hospitais. A instabilidade, que deve prosseguir hoje, favorece crises alérgicas, sobretudo de asma, além de infecções respiratórias e rinite. A situação deve permanecer crítica diante da previsão do retorno do frio intenso a partir do fim de semana, com temperaturas próximas do 0 grau em algumas regiões.

Para amenizar os efeitos na saúde, médicos recomendam cuidados com ambientes fechados, aglomerados de pessoas, uso de roupas adequadas e alimentação saudável. A emergência do Hospital da Criança Santo Antônio vive uma das piores situações deste ano, com o aumento significativo no número de internações. O espaço com oito leitos foi adaptado para 20 vagas nos meses de frio. Ontem pela manhã, 13 crianças estavam na sala de observação e uma na UTI. A maioria dos leitos é ocupada por casos de bronquiolite aguda, que afeta os bebês. Para acomodar a grande procura, a unidade tem utilizado os corredores.

No Hospital da Criança Conceição, o dia iniciou-se ontem com 68 atendimentos, situação considerada calma. A procura se intensifica após o período de frio intenso. 'A dificuldade em obter leito ocorre porque as internações estão cada vez mais longas, demorando em torno de sete dias', afirmou o chefe da Emergência do Santo Antônio, Sérgio Amantéa.

Para prevenir problemas em crianças menores de 1 ano, uma das faixas etárias mais atingidas, o médico destaca a importância do leite materno e de não submeter os bebês a ambientes fechados com muitas pessoas. Ele reforça que o setor de emergência não é o melhor local para os pais buscarem o primeiro atendimento em casos menos graves. A espera em local com grande número de vírus circulando pode prejudicar ainda mais a criança.

(CP, 15/06/2007)