Se no âmbito estadual estão ocorrendo avanços significativos da política de implementação de UCs, as ações federais estão emperradas no Amazonas. O Estado passou a depender das próprias “pernas” para avançar no contexto da política ambiental, tal como notou o presidente da Comissão de Vigilância Permanente da Amazônia e Meio Ambiente, vereador Roberto Sabino (PTB). O parlamentar coordenou ontem uma audiência pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM) para tentar entender a questão das ações ambientais federais no contexto estadual. Entretanto, as discussões foram pouco proficientes.
Os políticos ressaltaram, na CMM, que os Parques Nacionais do Mapinguari e do Lago Jari, no Estado do Amazonas, além de quatro reservas extrativistas, no Médio Purus, estão parados. Isso apesar de serem regiões estratégicas e importantes no âmbito sustentável regional, segundo ênfase dos discursos parlamentares. E a demora para oficializar essas unidades de conservação federais é do Governo Lula, que está na contramão da nova política ambiental amazonense, conforme foi indicado na reunião de ontem.
Por outro lado, foram elogiadas a Lei de Mudanças Climáticas e o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (Seuc), os quais foram implementados há pouco mais de uma semana, no último dia 5 deste mês, pelo Governo do Estado. Naquele mesmo evento, foram anunciados dois milhões de novos hectares de terras a serem sancionados como unidades de conservação (UCs) estaduais até o fim de 2007, segundo a secretária executiva adjunta de projetos especiais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Seap/SDS), Rita Mesquita. “Vão ser implementadas de seis a oito unidades de conservação até dezembro”, disse ela em entrevista ao Em Tempo na terça-feira da semana passada.
A reunião de ontem na CMM também teve como foco a problemática do aquecimento global e questões referentes às mudanças climáticas para o Amazonas. Todavia, sem destaques a serem ressaltados enquanto ações efetivas — fosse por desconhecimento dos parlamentares sobre o tema ou devido à falta de dados técnicos sobre o assunto — o “clima” da sessão variou de frio a morno durante toda a audiência pública.
(Por Renan Albuquerque, Amazonas Em Tempo /
Amazônia.org, 14/06/2007)