A carência de recursos humanos e financeiros pode estar prejudicando a geração de alternativas científicas capazes de ajudar a Amazônia a combater os impactos negativos das mudanças climáticas. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (14/06) pelo o diretor do Instituto Nacoinal de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, durante a 24ª Reunião do Conselho Executivo e 14ª Reunião da Conferência das Partes do Instituto Interamericano para Pesquisas em Mudanças Globais (IAI).
"A Amazônia e o Inpa não têm recursos para responder às questões relacionadas ao clima. Dos nove estados que compõem a Amazônia, temos atualmente em todas as instituições de pesquisas apenas 2,5 mil doutores, enquanto somente o estado de São Paulo concentra 30 mil pesquisadores. Historicamente, afastamos a Amazônia do processo de desenvolvimento nacional e, com isso, as instituições periféricas do país se encontram num processo tímido para responder sobre as demandas por informação relativa à Amazônia", acrescentou.
De acordo com Val, os prejuízos causados aos ribeirinhos pela forte seca que atingiu o Amazonas em 2005 poderia ter sido menor, com os estudos prévios.
Já Herbert Schubart, assessor técnico do Ministério da Ciência e Tecnologia, reconheceu a deficiência nos orçamentos dos institutos de pesquisa, mas apontou soluções possíveis para a questão. "O primeiro passo para reverter o quadro é saber onde se quer ir e o que se pode fazer com o dinheiro que se tem. O desconhecimento sobre os planos futuros impede inclusive a mudança dos orçamentos e por isso é preciso haver clareza nos planejamentos", disse.
Da reunião e da conferência, até sábado (16/06), participam também 16 pesquisadores de países como Paraguai, Uruguai, Cuba, México e Estados Unidos. O resultado das discussões será enviado aos dirigentes do IAI e servirá de base para o desenvolvimento de planos e ações nos países das Américas.
O Instituto Interamericano para Pesquisas em Mudanças Globais foi criado em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. Atualmente, são 19 países membros e o IAI desenvolve programas de estudo multidisciplinar com a proposta de promover programas que tratem dos problemas de mudanças globais ambientais e suas conseqúências sociais e econômicas.
(Por Amanda Mota, Agência Brasil, 14/06/2007)