A gerente de Pesquisas Ecossociais no Cerrado do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Nurit Bensusan, afirmou nesta quinta-feira (14/06), na Câmara dos Deputados, que há estimativas segundo as quais o Cerrado pode desaparecer em 2030, se não houver aplicação de modelos racionais. Em sua opinião, o Cerrado é um bioma esquecido e sem apelo em um país megadiverso. "É difícil ser Cerrado em um país com Mata Altântica e Amazônia", destacou.
Nurit participa do quarto painel do seminário que a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realiza para discutir a agenda ambiental do Congresso. O objetivo é atualizar as metas do Parlamento, 15 anos após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92. O tema do painel é "Cerrado: áreas protegidas, uso sustentável e agronegócio".
Segundo Nurit, a cada ano, mais de 3% da vegetação restante do Cerrado são derrubados e 15% da extensão do Cerrado são áreas degradadas. Ela afirmou que a vida silvestre está ameaçada; as fontes de água, comprometidas; e até o trabalho escravo existe (em carvoarias, por exemplo) como conseqüência da destruição do bioma.
A pesquisadora ainda ressaltou que é no Cerrado que se produz 50% da soja do País e 13% de toda a soja do planeta. Em sua opinião, é necessário colocar em prática alternativas econômicas que causem menos impactos, como a agricultura familiar, o turismo ecológico e a produção sustentável de recursos do Cerrado.
Nurit também defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 115/95, "que colocaria o Cerrado oficialmente reconhecido como patrimônio nacional".
(Por Simone Salles, Agência Câmara, 14/06/2007)