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zoneamento silvicultura silvicultura
2007-06-15
O Grupo de Trabalho Bioma Pampa/Ibama RS, divulgou na quarta-feira (13/06) um texto no qual se manifesta favorável à implementação do Zoneamento Ambiental para a Atividade da Silvicultura no Rio Grande do Sul, elaborado por um grupo de técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Fundação Zoobotânica (FZB). O documento destaca a importância do Zoneamento para a preservação ambiental do Bioma Pampa, embasado em dados e na problemática atual.

Segundo o documento assinado pelo coordenador do GT, analista ambiental Marcelo Madeira, "o zoneamento é de inegável qualidade técnica, contemplando, com ampla base científica, os critérios e diretrizes necessárias à garantia das condições mínimas para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, recursos naturais e paisagem do Bioma Pampa no Estado".

O documento descreve o Bioma Pampa como característico da América do Sul, ocorrendo em três países: Argentina, Uruguai e Brasil; neste último, abrange áreas de somente um estado, o Rio Grande do Sul, em cerca de 60 % do seu território. Ele concentra-se na chamada metade sul do Estado, área sob a qual se estende grande porção do Aqüífero Guarani, maior reserva de água doce subterrânea do planeta. "Dados preliminares comprovam a grande riqueza de espécies do Pampa: somente na porção brasileira do Bioma, ocorrem cerca de 3.000 espécies de plantas vasculares, pelo menos 385 espécies de aves e 90 espécies de mamíferos, entre outros grupos".

Além da biodiversidade expressiva encontrada naquela região  o documento ressalta a necessidade de se respeitar o zoneamento para evitar novos riscos de degradação. O Bioma Pampa já apresenta passivos ambientais que, pela difícil reversibilidade, são considerados graves, tais como a arenização de extensas áreas, a alteração da fauna e flora nativas pela invasão de espécies exóticas e a supressão de extensas áreas com ecossistemas nativos (campos, banhados e matas) para usos agropecuários. Assim, o GT defende a aplicação do zoneamento como forma de evitar impactos negativos não somente de caráter ambiental, mas também sociais se tais projetos não forem precedidos de planejamento ambiental adequado.

"Evidência de que o Zoneamento elaborado pela FEPAM não inviabiliza a atividade de silvicultura no Estado é o fato de que o mesmo aponta a existência de cerca de 9 (nove) milhões de hectares disponíveis ao plantio de árvores exóticas, área que pode tranquilamente atender à demanda noticiada pelos empreendedores de, numa primeira fase, ocupar até cerca de 300 mil hectares".

Em suas considerações finais, o GT defende que o Zoneamento Ambiental da Silvicultura originalmente apresentado na  1a versão da FEPAM/FZB -  deve ser preservado no que diz respeito à sua estrutura e critérios gerais, e imediatamente adotado nos processos de licenciamento/autorização dos projetos de silvicultura. O grupo enfatiza ainda que o zoneamento "constitui-se num documento dinâmico, plenamente passível de aperfeiçoamentos, de caráter pontual, a serem indicados a partir de uma ampla discussão com os diferentes segmentos da sociedade gaúcha".

O documento encerra reafirmando "a esperança de que as discussões e as decisões a serem tomadas pela sociedade gaúcha acerca do Zoneamento Ambiental da Silvicultura, principalmente nas audiências públicas e no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) sejam referenciadas em sólidas bases técnico-científicas, privilegiando o interesse comum representado na conservação e uso sustentável do Bioma Pampa, em detrimento de interesses de grupos econômicos ou político-partidários de qualquer natureza".

O Grupo de Trabalho Bioma Pampa é formada por 12 analistas ambientais e foi constituído pela Superintendência do IBAMA/RS em setembro de 2006 com o objetivo de formular propostas de estratégias e ações para a conservação e uso sustentável do Bioma Pampa, bem como a recuperação dos seus recursos ambientais. O documento pode ser lido na íntegra no seguinte endereço: http://br.geocities.com//biomapampa

(Por Maria Helena Firmbach Annes, Assessoria de Imprensa Ibama/RS, 14/06/2007)

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