Em reunião nesta quinta-feira (14/06), a direção da Imerys Rio Capim Caulim S/A., solicitou à secretaria de Estado de Meio Ambiente a suspensão da interdição da usina de beneficiamento de caulim imposta pela SEMA na quarta-feira,13, devido aos problemas de contaminação ambiental causados pela empresa no município de Barcarena, nordeste do Estado.
A principal alegação da Imerys, segundo o seu diretor-presidente, Afonso Guerra é que "a paralisação da usina traz conseqüências danosas para os funcionários, tem reflexos no mercado exterior, com os clientes, para onde a empresa exporta 98% da produção, sem esquecer os problemas com os acionistas", ressaltou.
O consultor jurídico da Imerys, advogado José Canto, sustentou que segundo dados técnicos a empresa "pode funcionar, sem ameaças para o meio ambiente, com as duas bacias de rejeito, que não foram afetadas", defendeu. O advogado ainda enfatizou que o pedido de reconsideração feito à SEMA "ainda não era a defesa da empresa", que tem quinze dias, a contar da última segunda-feira,11, quando foi autuada pelo órgão ambiental do Estado, para recorrer da autuação e se defender.
Os técnicos da empresa voltaram a assegurou que o vazamento da bacia de rejeito número três, que rompeu na segunda-feira,11, está controlado, e a mesma será fechada. Os diretores disseram que todas as providências de reparos podem ser realizadas paralelamente ao funcionamento da usina com as duas bacias de rejeito.
Foi a própria Imerys que solicitou ainda na quarta-feira,13, a audiência à SEMA, disse aos jornalistas o diretor de Meio Ambiente da secretaria, o geólogo Manoel Imbiriba Júnior, que recebeu os dirigentes da empresa, já que o secretário Valmir Ortega está cumprindo agenda fora do Estado. O diretor de Meio Ambiente insistiu no encontro que a Secretaria de Meio Ambiente só poderá permitir o funcionamento da usina de beneficiamento com "a segurança total do sistema, após discussões técnicas com base em laudos geotécnicos e o resultado da perícia do Centro de Perícias Científicas do Instituto "Renato Chaves".
Imbiriba lembrou que a Imerys tem uma pendência com a SEMA, desde agosto de 2006, quando uma inspeção detectou problemas de fissuras na mesma bacia de rejeito (nº 03) que rompeu e causou poluição química com o caulim no solo e águas na área de influência da usina. Por enquanto, ficou apenas acertado que a SEMA vai solicitar uma reunião com os técnicos do CPC do "Renato Chaves", Corpo de Bombeiros e Defesa Civil para colher mais informações com as equipes que trabalharam no local. Também ficou acertado que será feita uma visita dos técnicos da SEMA à área da Imerys para novas observações. Esta visita foi uma das solicitações dos diretores da empresa.
A SEMA só voltará a discutir a possibilidade de suspender a interdição parcial e temporária, de acordo com o Art. 119, item VIII da Lei Ambiental do Estado do Pará, nº 5.887/95, quando for realizada "a correção da ruptura da Bacia de Rejeito, assim como a regularização do fornecimento de água para o Bairro Industrial". É a recomendação final do Relatório de Fiscalização nº 116 da Divisão de Substâncias Perigosas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Por isto, a interdição na Imerys continua.
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Diário do Pará, 14/06/2007)