As viagens realizadas pelo Governador Jaques Wagner este ano, a bordo das aeronaves pertencentes ao Estado, receberam no Dia Mundial do Meio Ambiente, último dia 5, o Selo Carbono Zero, durante o lançamento do programa Floresta Bahia Global, pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, Semarh. O selo foi colado à aeronave Xingu, pelo governador, junto com o secretário da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado (Semarh), Juliano Matos.
O programa Floresta Bahia Global foi criado para promover a recuperação da cobertura vegetal dos biomas - comunidades biológicas - baianos e o seqüestro de carbono, contribuindo para minimizar os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global. O seqüestro de carbono, ou descarbonização, é certificado a partir da neutralização das emissões de CO2 na atmosfera, por determinada atividade produtiva ou humana.
No caso do programa baiano, a neutralização é alcançada a partir do cálculo do número de hectares de floresta plantada, necessário para seqüestrar o volume de gás carbono emitido. Segundo as normas internacionais, cada hectare de floresta deve conter em média mil árvores. Com base nessa proporção, é possível estimar o número de mudas a serem plantadas e cultivadas, para atingir o grau de descarbonização proposto.
As projeções feitas pelos técnicos da Superintendência de Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação da Semarh, tomando por referência o primeiro quadrimestre deste ano, revelaram a emissão total, em um ano, de 360 toneladas de CO2 na atmosfera, pelas aeronaves que transportam o governador. Para neutralizar este volume de gás carbono emitido será necessário o plantio de, aproximadamente, 30 hectares de floresta.
Um total de 30 mil mudas de espécies nativas, como ipê-amarelo, pau-brasil e vinhático, serão plantadas no período de dois anos, na área do Parque Estadual da Serra do Conduru - unidade de conservação e de proteção integral - localizado entre os municípios de Ilhéus e Itacaré, no sul do Estado. Com o plantio, o estado dará início ao processo de neutralização das viagens, durante os quatro anos de gestão Wagner.
Mais do que ato simbólico, o lançamento sinaliza para uma nova proposta de gestão ambiental no estado, em consonância com o tratado de Kioto, ratificado em 2005, por 160 países, entre eles o Brasil. O acordo estabelece o compromisso de contribuir para a redução de emissão de CO2. Com a iniciativa inédita no setor público brasileiro, o Governo da Bahia passa a estimular a adoção de MDLs - Mecanismos de Desenvolvimento Limpo - pelos empreendimentos no estado, buscando reduzir a emissão de gases do chamado efeito estufa.
Na prática, o programa Floresta Bahia Global será administrado pela SFC - Semarh, com a participação de editais, de entidades públicas, privadas e organizações não-governamentais. Os títulos de Crédito de Carbono Zero, CCZs, pela SFC serão adquiridos através da Bolsa de Valores do Estado da Bahia, por empreendimentos que utilizam produtos florestais madeireiros ou emitem CO2, nos seus processos produtivos, atividades ou serviços, como no caso do transporte aéreo oficial do governador.
O programa oferece ainda uma alternativa de adesão, na modalidade institucional, em que a SFC poderá conveniar com associações de produtores rurais, instituições ambientalistas e universidades públicas, com competência em ecologia de restauração de florestas, para o acompanhamento técnico da execução do programa.
(Ascom SEIA/BA, 13/06/2007)
Fonte: ASCOM/SEMARH/CRA