A chuva que os gaúchos têm sido obrigados a suportar nos últimos dias deve prosseguir. E pior: terá reforço de um ciclone extratropical que se formará no Uruguai a partir de amanhã. Além de causar mais precipitações, o fenômeno poderá trazer rajadas de vento com intensidade moderada a forte, na faixa de 70 a 80 km/h, na porção leste do território gaúcho.

– Na sexta-feira e no sábado, a chuva e o vento se concentram no Litoral Sul. Ao longo do sábado, avançam pelo Litoral Norte – explica a coordenadora da Central de Meteorologia, Cátia Valente.

Há riscos somente para a navegação, segundo a meteorologista. Já a chuva será generalizada pelo Estado, atingindo com mais intensidade a Região Metropolitana, o Norte e a Serra. Há também previsão de frio a partir do amanhecer de sábado, devido à entrada de uma massa de ar polar. As mínimas no Rio Grande do Sul devem ficar entre 0°C e 4°C já no primeiro dia do final de semana. Conforme o meteorologista Cléo Kuhn, da Central de Meteorologia, há possibilidade de geada no sábado.

Antes disso, o clima permanece semelhante a ontem em praticamente todo o Estado: chuvoso e com temperatura amena. Ainda há chance de haver nevoeiro amanhã e sábado, em razão da umidade elevada – como vem ocorrendo nos últimos dias, se manterá acima da faixa de 90%. Ontem, o volume de chuva foi maior no sul gaúcho. Até as 17h, haviam caído 52,2 milímetros em Bagé e 50,2 milímetros em Rio Grande, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

Granizo causou prejuízos em São Sepé na noite de terça
Em Rio Grande, choveu 188 milímetros em três dias, o equivalente a dois meses. Em bairros como Barra Velha, Vila Maria e São Miguel, a maioria das ruas ficou quase intransitável. Valetas transbordaram, e as casas ficaram ameaçadas com a força da água. Na Capital, a chuva somou 17 milímetros.

São José dos Ausentes registrou a temperatura mínima de ontem, 11,5°C. Foi em Santa Rosa a marca máxima, de 28,1°C. Em Porto Alegre, a temperatura oscilou entre 16,1°C e 18,6°C. No final da noite de terça-feira, na localidade de Mata Grande, em São Sepé, 34 casas tiveram os telhados destruídos pelo granizo. As pedras de gelo eram maiores que ovos. Na cidade, quatro residências ficaram alagadas pelas águas do Arroio Lajeado e oito muros foram derrubados.

(ZH, 14/06/2007)