O advogado Marcelo Ramos Peregrino Ferreira rebateu as acusações feitas pelo ex-cliente, o empresário Carlos Amastha, de que teria desistido de uma ação contra o Iguatemi para beneficiar o sócio do shopping, Paulo Cezar Maciel da Silva.
Ele mostrou uma certidão do diretor da Secretaria da Vara Ambiental da Justiça Federal, Fernando Buzzi (documento ao lado), afirmando que o afastamento do procurador da República Walmor Alves Moreira não considerou o depoimento que prestou à Polícia Federal.
O advogado disse também que não soube de nada que violasse a conduta moral ou legal do procurador da República Walmor Moreira. No entanto, em depoimento escrito à PF e publicado ontem pelo DC, Ferreira declarou que “Carlos Amastha sempre demonstrou ter um excelente relacionamento com o procurador da República, o qual, segundo Amastha, teria dito que o shopping Santa Mônica/Iguatemi não iria sair”. Sobre a contradição, Ferreira preferiu não se manifestar.
Negou ainda as acusações de Amastha, de que teria desistido de uma ação para a paralisação da construção do shopping Iguatemi no dia que a liminar seria publicada. Ferreira garantiu que não houve reunião com Paulo Cezar e seus advogados. Disse que nunca viajou com os advogados para Porto Alegre.
Ferreira disse que desistiu da ação porque a briga comercial tornou-se uma vingança. E que a ação fora negada em primeiro grau, porque o Ministério Público comunicou que entraria com uma ação civil pública, e que ela teria continuidade mesmo com a desistência dele.
ContrapontoO advogado Alexandre Brito de Araujo, defensor do sócio do shopping Iguatemi, Paulo Cezar Maciel da Silva, rebateu as críticas dos vereadores Gean Loureiro e Angela Albino e as acusações do empresário Carlos Amastha
Sobre as declarações dos vereadores, que reclamaram da ausência de Paulo Cezar na reunião do Conselho de Ética da Câmara da Capital, o advogado afirmou que os dois estão equivocados e não houve desrespeito. Brito de Araújo disse que o cliente está em viagem desde 29 de maio e nem sequer recebeu convite para participar da reunião. Ele considerou absurda e uma heresia jurídica a sugestão da vereadora Angela Albino de considerar inconteste todas as acusações contra Paulo Cezar.
O advogado afirmou que Paulo Cezar respeita o Conselho de Ética e apresentará todas as informações e documentos que forem necessários. Brito de Araujo ainda disse que o vereador Gean Loureiro é amigo íntimo de Carlos Amastha e teria auxiliado em questões relacionadas ao Floripa Shopping.
Ele classificou de completamente mentirosa a acusação do empresário Carlos Amastha, de que Paulo Cezar teria convencido o advogado Marcelo Peregrino a desistir da ação proposta para impedir a construção do shopping Iguatemi. Brito Araujo garantiu que Amastha mentiu ao declarar que Peregrino teria ido a Porto Alegre com advogados de Paulo Cezar para desistir de uma ação. Afirmou ainda que é falsa qualquer insinuação de que Peregrino teria desistido da ação em virtude de ameaça de Paulo Cezar.
O advogado de Paulo Cezar afirmou que o cliente não está desqualificando o trabalho da Polícia Federal e muito menos pretende destruir o procurador Walmor Alves Moreira. Ele garantiu que Paulo Cezar está pleiteando o afastamento de um servidor "por razões fundadas de suspeição e impedimento".
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Diário Catarinense, 14/06/2007)