A terceira sessão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara da Capital, ontem (13/06), novamente pouco acrescentou para esclarecer se os vereadores Marcílio Ávila (PMDB) e Juarez Silveira (sem partido) cometeram atos que caracterizam quebra de decoro parlamentar.
O primeiro a depor foi Renato Joceli de Souza, ex-secretário de Urbanismo e Serviços Públicos (Susp). Por duas horas, respondeu a questionamento dos vereadores. Cunhado de Silveira, o ex-diretor negou qualquer ingerência do vereador no trabalho da secretaria.
Convocado como testemunha, Souza classificou de "exagerada" e "desconforme" a afirmação do juiz Zenildo Bodnar, que, no despacho da prisão temporária dos 22 suspeitos, classificou os envolvidos de fazerem parte de um "grande esquema" de corrupção para a liberação de licenças ambientais.
O ex-diretor da Susp refutou a acusação de ter favorecido grandes empresários, ou sofrido pressão para liberar empreendimentos. Explicou que atendia igualmente "donos de shopping e vendedores de pipoca do Centro da cidade".
Também convocado para ontem, o procurador do município, Jaime de Souza, não compareceu por que passou a tarde prestando depoimento à Polícia Federal. Souza, então, deve ir à Câmara, hoje.
Também hoje, a partir das 9h, a delegada federal Julia Vergara da Silva participa da sessão. O outro convidado, o procurador da República Walmor Alves Moreira, informou ao Conselho que não vai, mas comprometeu-se a responder todas as perguntas por escrito.
Assim como nos demais dias, ontem poucas pessoas acompanharam a sessão na Câmara, cerca de 20, sem contar os jornalistas.
Um deles era o adestrador de cães Mário César Firmino, de 45 anos, que pretende comparecer a todas as sessões. Para Firmino, os vereadores do Conselho não estão sendo "objetivos".
- Não vejo perguntas inteligentes nem objetivas, não tem cobrança e é tudo muito repetitivo, só shopping, shopping.
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Diário Catarinense, 14/06/2007)