Professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC, Daniel Silva, 59 anos, participou da Rio 92. Como integrante da ONG Movimento Ecológico Livre, ajudou na na elaboração do Tratado Internacional de Educação Ambiental.
Diário Catarinense - O que representou a Rio 92?
Daniel Silva - Participar do evento mudou minha vida. Até hoje, trabalho com pontos levantados lá e vou morrer sem desenvolver todos. Foi algo que a humanidade nunca tinha vivido, um marco histórico.
DC - O que foi o Tratado de Educação Ambiental?
Silva - Ele teve como fundamento mostrar que a educação ambiental deve estar nos conteúdos de todas as disciplinas. A idéia, revolucionária para a época, era demonstrar que ela deve ser encarada como responsabilidade e não obrigação, sendo função de todas as organizações e não só do governo. O resultado disto foi a assinatura, sete anos após, da lei federal de educação ambiental.
DC - Na questão ambiental, o que melhorou no mundo desde 1992?
Silva - Os avanços foram imensos e se concentram nos eixos teórico, tecnológico e de políticas públicas. Em relação a este último, as leis brasileiras são exemplos pela objetividade e clareza.
DC - E o que não mudou?
Silva - Assim como em 1992, por motivos econômicos, a velocidade de degradação segue forte.
DC - Como Santa Catarina está neste contexto?
Silva - Aqui, a velocidade de degradação é muito alta. Entre os maiores problemas estão a contaminação de cerca de 95% dos rios. Entretanto, o saldo positivo fica com Urubici, Concórdia e a região Sul, que sofrem com grandes problemas ambientais e estão voltadas ao desenvolvimento sustentável, servindo de exemplo ao Estado.
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Diário Catarinense, 14/06/2007)