AUDIÊNCIA DEBATE EFEITOS DO CELULAR NO SENADO
2001-11-09
Até que ponto a saúde humana é afetada pela radiação dos aparelhos celulares e das torres de transmissão de sinais de telefonia ou mesmo de rádio e TV? Embora existam muitos estudos científicos sobre isso, somente em 2003 a Organização Mundial da Saúde vai divulgar estudos que vão responder em definitivo a essa pergunta que aflige a muitas pessoas. No Brasil, existem hoje 32 milhões de usuários de celulares. E mais de 14 mil estações bases de antenas. Em prosseguimento aos debates relativos aos efeitos das radiações emitidas pelas estações retransmissoras de telefonia celular sobre a saúde humana, a Comissão de Seguridade Social e Família em conjunto com as comissões de Trabalho, de Ciência e Tecnologia e de Defesa do Consumidor do Senado realizou ontem (08/11)audiência pública com a presença de representantes de oito setores interessados e diversos estudiosos na área. O tema vem sendo discutido em diversas Comissões da Câmara. Para o representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Álvaro Augusto Salles, é necessário que cada estação retransmissora seja certificada antes de sua instalação, para verificação do atendimento às normas de segurança. Nesse sentido, o professor sugere que seja adotado o chamado Princípio da Precaução para os limites de exposição aos campos eletromagnéticos não ionizantes, como já vem sendo adotado em outros países, como a Suíça. Outro expositor, o professor Francisco de Assis Tejo, da Universidade Federal da Paraíba, foi taxativo. Os efeitos da radiação existem. - Pode causar desde uma simples dor de cabeça até depressão, câncer, mal de alzheimer, mal de parkinson, perda de memória, dificuldade de aprendizado, aborto, deformidades de nascimento, entre outros. Outros cientistas deram depoimentos semelhantes, assim como representantes da área de saúde. O representante dos prestadores de serviço móvel celular, Arnaldo Tybiriçá, admite efeitos sobre a pessoa, mas garante que não há comprovação do grau de malignidade. O deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), relator de alguns projetos de lei sobre o assunto, observou que eles tratam somente da instalação das torres. E nada sobre os riscos da radiação pelos aparelhos celulares. Por isso, seu relatório vai propor limite para a altura das antenas de acordo com os locais, sempre protegendo a saúde das pessoas e o meio ambiente.