Um esquema montado para conter o lixo flutuante na Baía de Guanabara durante as competições de vela dos Jogos Pan-Americanos foi testado nesta quarta-feira (13/06) pela Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro.
A simulação, coordenada pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), envolveu equipes localizadas em quatro pontos da baía. Elas estavam em barcos coletores de lixo, equipados com bóias de contenção e redes para captação manual de resíduos, além de embarcações para o transporte de material.
Os equipamentos e os cerca de 50 profissionais fazem parte do Plano de Emergência da Baía de Guanabara. Normalmente, eles são acionados somente em casos de derramamento de óleo.
Segundo o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, a idéia é usar a estrutura já existente (da qual participam 17 empresas ligadas à área de óleos combustíveis no Rio) para evitar imprevistos nas competições de vela que serão realizadas na baía.
“Como, felizmente, não tem derramamento de óleo todo dia e esse equipamento fica em parte ocioso, nós convertemos isso que as empresas têm que ter, por força da lei, para o lixo flutuante”.
Ele acrescentou que a secretaria também vai aproveitar o Pan-americano para intensificar ações preventivas e de educação ambiental de longo prazo para impedir que o lixo chegue até a baía.
Até o final de junho, 14 barreiras ecológicas devem ser instaladas pela Superintendência Estadual de Rios e Lagos (Serla) na foz de rios que deságuam na Baía de Guanabara.
Elas vão se juntar a outras cinco que estão em funcionamento e cuja operação é feita em parceria com cooperativas de catadores que aproveitam o lixo reciclável retido nas barreiras montadas também com material reciclado. Um projeto de educação ambiental também está sendo implementado nas escolas do estado desde abril.
“São três elementos que se combinam: a consciência de não jogar o lixo, as barreiras para que ele não chegue e, se chegar, as equipes coletarem esse material flutuante para não prejudicar as provas do Pan-Americano”, disse o secretário.
Segundo a Organização Não-Governamental Instituto Baía de Guanabara, das cerca de 13 mil toneladas diárias de lixo geradas nos 16 municípios que ficam no entorno da baía, somente nove mil vão para aterros municipais. Cerca de 4 mil toneladas sem destino certo ficam espalhadas pelo chão e, quando há enxurradas, acabam sendo levadas para a baía.
"A grande preocupação com o lixo é que ele pode prender nos barcos e atrapalhar os competidores. Vamos atuar com as equipes no entorno das áreas das provas para evitar que o lixo chegue a esses locais", disse o presidente da Feema, Alex Grael. "Não podemos permitir, por exemplo, que um atleta venha a perder uma medalha porque um saco plástico que estava boiando prendeu no seu barco”.
Segundo ele, o esquema também poderá ser usado em outras competições de grande porte que venham a ser realizados na baía. Mais de 100 atletas e 60 barcos vão participar de seis dias de provas de vela e concorrer a nove medalhas durante o Pan.
(Adriana Brendler, Agência Brasil, 13/06/2007)