Uma equipe de agentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que havia multado e embargado três madeireiras em Paranaíta (MT), foi impedida de sair da cidade por um bloqueio feito por moradores.
Para protestar contra o fechamento das empresas --principal atividade econômica do local--, eles estacionaram, no final da tarde de terça-feira (12/06), camionetes na estrada que leva a Alta Floresta, para onde os agentes voltavam, e os obrigaram a negociar as punições na Câmara Municipal, com representantes das madeireiras e vereadores.
Não houve agressões físicas, apenas verbais. Os 39 funcionários do Ibama, que estavam armados, só puderam saí da cidade à 0h de hoje, depois de tirarem os lacres das empresas. As multas e o embargo à madeira foram mantidos.
Enquanto a conversa ocorria, um trio elétrico, dançarinas de forró e cerveja --tudo pago por empresários locais-- animaram as pessoas que participavam do bloqueio.
Ouvido pela reportagem, o vereador Gilmar Colodel (sem partido) negou ter havido coerção aos agentes.
Segundo Leslie Tavares, coordenador-geral de fiscalização do órgão em Mato Grosso, a população e os madeireiros estão insatisfeitos pois a Sema (Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso) demora muito a aprovar os planos de manejo, documentos que legalizam a extração da madeira. "Eles jogam a culpa em nós, falam que é só ver um carro do Ibama que têm medo", afirmou.
Durante a negociação, Tavares explicou que "a fiscalização não é a causa, mas a conseqüência" dos problemas legais da extração e conseguiu marcar uma audiência dos empresários com o governador do Estado, Blairo Maggi (PR).
(Por João Carlos Magalhães,
Folha Online, 13/06/2007)