O Banco Mundial anunciou que irá criar um fundo de pelo menos 250 milhões de dólares para combater o desmatamento, tendo como foco principalmente os países da América Latina, África Central e Sudeste da Ásia, já que possuem florestas tropicais significativas. Segundo o especialista da unidade de finanças de carbono, Werner Kornexl, Brasil, Congo e Indonésia estão entre os que terão prioridade por serem emissores significativos de dióxido de carbono.
O anúncio é mais uma ação direcionada para países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas, já que na semana passada o PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento lançou um projeto para divulgar e ampliar o mercado de carbono nos países em desenvolvimento. O programa, chamado MDG Carbon Facility, visa aumentar o acesso desse grupo de nações a financiamentos ambientais e promover projetos de redução de poluentes que contribuam para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
O objetivo é destacar os impactos negativos das mudanças climáticas e convencer investidores a adotar estratégias para reduzir, nos países em desenvolvimento, a emissão de gases que agravam o aquecimento global. O fundo de investimento anunciado ontem irá se concentrar em combater algo que representa 20% das emissões anuais de dióxido de carbono, ou 3 bilhões de toneladas de CO2, segundo um relatório do Banco Mundial lançado em outubro do ano passado. “O G8 tem nos pedido para desenvolver o fundo (programa de financiamento), mas estamos trabalhando nisso há algum tempo,” disse Kornexl.
O programa será baseado na performance, assim um país somente receberá fundos após se mensurar e verificar que as emissões foram reduzidas. “Pode ser uma taxa histórica de desmatamento que foi reduzida e esta será a diferença que será paga,” afirmou Kornexl. A expectativa é lançá-lo na próxima conferência do clima que acontecerá em Bali, Indonésia, em dezembro. A conferência de Bali tem por objetivo estabelecer um novo acordo para suceder o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. O fundo incluirá doadores públicos e privados, segundo Kornexl.
“O Banco não está dando dinheiro, (o fundo) será levado em frente por investidores e doadores. Existem companhias que já estão investindo em atividades ligadas a mudanças climáticas e florestamento, o que demonstra o grande interesse,” destacou ele. Segundo Kornexl, o Banco “somente irá declarar (o fundo) efetivado quando tudo estiver pronto”. As florestas fornecem 47 milhões de empregos ao redor do mundo, segundo a WWF, e cobrem 30-40% da superfície terrestre. No entanto, o desmatamento aumenta a uma taxa de 5% por década.
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CarbonoBrasil, 14/06/2007)