O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), junto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizarão em o zoneamento ecológico econômico (ZEE) no Estado do Rio de Janeiro para definir a vocação agrícola de cada região.
O levantamento é uma das determinações do projeto que alterou a Lei 4.063/03, aprovada nesta quarta-feira (13/06) pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e regulamenta a sivicultura econômica. O objetivo é intensificar o plantio de eucalipto para a produção de papel e incentivo à indústria moveleira, além de fabricação de biodiesel, que pode ser extraído de plantas oleaginosas.
Segundo o secretário estadual de Agricultura, Cristino Áureo, a nova lei vai permitir a modernização da atividade e é resultado "da conscientização de que era preciso mudar a lei, porque era preciso avançar com a agricultura, para não ficarmos atrás dos demais estados". O projeto, acrescentou, permitirá o crescimento econômico com a criação de empregos: "A lei visa a fazer com que a legislação supra a necessidade de desenvolvermos o interior e, conseqüentemente, proporcionar mais oportunidades de trabalho".
Já a ambientalista Rita Souza, coordenadora da organização não-governamental Educa Mata Atlântica, disse acreditar que o projeto vai intensificar o desmatamento na região. "Qualquer tipo de monocultura é nocivo para o solo e as conseqüências serão desastrosas. A lei é um retrocesso na conservação das unidades que a gente tem aqui", disse. Ela também criticou o fato de não terem sido tratadas no projeto de lei atividades como a fruticultura, a extração do látex de seringueiras e o cultivo de flores, que "não degradam o meio ambiente".
A lei determina ainda o plantio, a cada cem hectares de monocultura, de 12% a 20% de espécies de mata atlântica. E proíbe a plantação de eucaliptos na Costa Verde (sul do estado), onde há áreas remanescentes de vegetação nativa.
(Por Flávia Castro, Agência Brasil, 13/06/2007)