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2007-06-14

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul será parceira na construção de um pacto pela gestão ambiental, associado aos fatores sociais, econômicos e financeiros para frear os efeitos do aquecimento global. O anúncio foi feito pelo presidente da comissão, deputado Alberto Oliveira (PMDB), na manhã desta quarta-feira (13/06) durante audiência pública realizada no Teatro Dante Barone.  Foram debatidas as causas, conseqüências e medidas para deter os prejuízos causados pelo fenômeno. O evento contou com o doutor em Ciências do Meio Ambiente, Millos Stringuini, e com o mestre em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE), Gilvan Sampaio.

"A idéia é criar um pacto de gestão do meio ambiente com a participação do Legislativo gaúcho, órgãos públicos competentes, escolas, universidades e instituções científicas que vise resultados positivos e práticos ", disse Oliveira. Na abertura do evento, o presidente da Assembléia, deputado Frederico Antunes (PP), enfatizou que este é o primeiro de muitos debates que o Parlamento gaúcho pretende realizar para discutir o tema com a sociedade. "O Legislativo demonstra mais uma vez que quer participar e contribuir para a reversão do quadro atual do meio ambiente. Nesse sentido, podemos colaborar com indicadores orçamentários para amenizar os problemas do aquecimento na Terra", observou.

O pacto de gestão ambiental foi sugerido por Millos Stringuini após sua explanação sobre o aquecimento global. Na sua avaliação, essa união de esforços deve começar pela Assembléia gaúcha. "O Poder Legislativo exerce papel fundamental nesse processo", acredita o doutor em Ciências do Meio Ambiente. Gilvan Sampaio concorda com Stringuini, acrescentando que, além da conscientização, é necessário criar incentivos, políticas e ações concretas para diminuir a emissão de gás carbônico.

Aquecimento Global
Stringuini afirmou que o aquecimento global é conseqüência, e as causas estão no uso exagerado de recursos naturais. Na sua opinião as pessoas estão esbanjando os recursos naturais de forma irresponsável. Stringuini salientou que não existe sustentabilidade no planeta. Segundo ele, nos últimos 500 anos o homem tem tido uma postura extremanente irresponsável com relação ao meio ambiente, reduzindo a produção de fotossíntese na Terra. "A contaminação do planeta pela emissão dos motores e o desmatamento das florestas aumentam a produção de gás carbônico e diminuem a quantidade de fotossíntese", explicou. Dados revelam que até 2015 a emissão de gás carbônico deve aumentar em 26%, e mostram que as grandes cidades do mundo geram 80% dos gases causadores do efeito estufa.

Para reverter essa situação, Stringuini sugere a reconstrução do marco técnico ambiental do mundo. Ou seja, estabelecer um conjunto de diretrizes técnicas estudadas por cientistas e comunidades a fim de criar normas de procedimentos responsáveis com relação ao meio ambiente.

O mestre em Meteorologia, Gilvan Sampaio, alertou que as projeções indicam que, se nada for feito, o aquecimento poderá chegar a 4 graus Celsius até o final do século XXI. Desde de 1850, a temperatura no mundo aumentou 0,74 graus Celsius e no Brasil em torno de 1 grau Celsius. Sampaio esclareceu que os fenômenos metereológicos ficarão mais ativos com a ocorrência de tempestades severas e furacões.

Sampaio reiterou que o grande vilão do aquecimento global é a emissão de gases provenientes de combustíveis fósseis. Para amenizar esses efeitos, ele propõe um estilo de vida baseado no consumo mínimo de energia.

Conseqüências para o Estado
Com relação ao Rio Grande do Sul, o meteorologista prevê um aumento do volume de chuvas na região, com a presença freqüente do fenômeno El Niño. Sampaio salientou ainda que o aquecimento global não significa o desaparecimento do inverno. "O que deve aumentar são os extremos de temperaturas e fenômenos climáticos. Teremos dias com grandes precipitações, depois eventos com calor intenso e frio rigoroso", argumentou.

Para o deputado Paulo Borges (DEM), que por 10 anos trabalhou com a meteorologia nos meios de comunicação do Estado, a preocupação com o aquecimento global é tardia. Na sua avaliação, o que falta é uma maior conscientização da população para suprir essa lacuna. " Por isso, debates desse tipo são de extrema importância para alertar sobre os perigos provocados pelo desrespeito à natureza", acredita Borges.

Estiveram presentes os deputados Gilmar Sossella (PDT), Pedro Pereira (PSDB), Edson Brum (PMDB), Gilberto Capoani (PMDB), Kelly Moraes (PTB), Silvana Covatti (PP). Também prestigiaram o debate o secretário substituto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Francisco da Rocha Simões Pires e representantes de entidades como Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), da Fundação Zoobotânica e Ministério Público.

Reunião ordinária
 Na reunião ordinária, os deputados da Comissão de Saúde e Meio Ambiente referendaram o nome do deputado Daniel Bordignon (PT) para representar a Assembléia Legislativa no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí.

(Por Daniela Bordinhão, Agência de Notícias AL-RS, 13/06/2007)  

 

 

 


 


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