A forte chuva que caiu no final de semana provocou o aumento na utilização de produtos para o tratamento de água em São Leopoldo. A causa foi a grande quantidade de barro captada junto com a água do Rio dos Sinos. Entretanto,
segundo o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), diferentemente de Novo Hamburgo, a captação não foi cortada e nem reduzida na cidade.

De acordo com a gerente de operação do Semae, Juliana Chaves, a autarquia precisou utilizar mais coagulantes para realizar a decantação, uma das etapas do processo de tratamento da água distribuída a toda a cidade. O Semae utilizou ainda o
carvão ativado durante o processo.

“Normalmente, o produto é empregado apenas em épocas de estiagem, mas o Semae o adotou como padrão durante todo o ano”, afirma a gerente. Segundo Juliana, o bombeamento de água não foi desligado após a chuva, e a água captada está sendo
distribuída em condições de potabilidade à população. “Conseguimos manter o mesmo padrão de saída.

Não faltou água em São Leopoldo por causa da chuva.” De acordo com o Semae, no final da tarde de ontem o tratamento já era realizado de forma normal, com os níveis padrão de utilização de coagulantes. Em Novo Hamburgo, a informação passada aos moradores que reclamavam à Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) da falta de água era de que havia um problema na Estação de Tratamento de Água (ETA) do bairro Rondônia.

Devido à forte cor turva da água retirada do Rio dos Sinos, provocada pela intensa chuva, até as 10h30 de segunda-feira, desde a meia noite de domingo, a companhia teve que trabalhar com 50% da capacidade de captação, chegando a parar em alguns momentos da madrugada.

A Comusa chegou a dobrar a quantidade de produtos utilizados para o tratamento da água. De acordo com o engenheiro civil e diretor operacional da Comusa, Délcio
Altmann, durante a madrugada, a captação de água do rio teve que ser interrompida por quatro momentos.

“Com a intensa chuva, a água fica com muita cor de barro e tivemos que diminuir a produção para poder efetuar um melhor tratamento.” Altmann destaca que para não haver problema para o consumo, já que a água estava dez vezes mais suja, a quantidade de floculante (produto que atua na separação das impurezas da água) foi aumentada em 50%. O engenheiro revela que com a diminuição da captação, os
reservatórios estavam com abastecimento menor, o que ocasionou falta de água, interrupção parcial, ou baixa pressão nas residências.

(VS Digital, 13/06/2007)