Uma das inovações da lei amazonense é a instituição da 'Bolsa Floresta', incentivo destinado a famílias de ribeirinhos e comunidades tradicionais que vivem no entorno ou dentro de unidades de conservação estaduais. Mensalmente, essas famílias poderão receber dinheiro por evitar desmatamento e proteger a floresta coletivamente. Os recursos da bolsa serão provenientes de um fundo financeiro também criado pelo governo. Na solenidade de lançamento da política, o governador frisou que esse mecanismo pretende zerar o desmatamento em unidades de conservação.
Convidado a discursar na solenidade, o coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, parabenizou o estado pelo lançamento da política, mas lembrou que o grande desafio será o monitoramento do processo no campo. Segundo ele, as medidas são boas para impedir o desmatamento nas unidades de conservação, mas por si só não bastam. "É preciso parar o desmatamento em todo o estado, inclusive na região sul, onde é cada vez maior a pressão de madeireiros e pecuaristas", diz.
O coordenador informou que o Greenpeace irá acompanhar de perto a implementação da política no estado e solicitou que os parlamentares presentes - entre eles o presidente nacional do PMDB, Michel Temer - pressionem o governo federal a acelerar a adoção de uma Política Nacional de Mudanças Climáticas. "Uma iniciativa nacional deveria desestimular o desmatamento e priorizar a busca de alternativas econômicas para zerar as taxas de desmate e estimular fontes de energia renováveis", complementa.
O estado do Amazonas mantém preservada grande parte de sua cobertura florestal original. Sua vegetação desempenha papel fundamental no equilíbrio climático e no ciclo hidrológico de todo o hemisfério. A importância dos serviços ambientais que a região presta e dos produtos que ela oferece são reconhecidas pela nova lei estadual. "Se nós temos carbono, carbono é um produto. Se nós seqüestramos carbono, seqüestro de carbono é um serviço", explicou o governador Braga.
O desmatamento e queima de florestas responde por aproximadamente 75% do total de gases de efeito estufa emitido pelo Brasil, país que é o quarto maior poluidor mundial do clima.
(Amazônia.org / Greenpeace Brasil, 11/06/2007)