O serviço de abastecimento de água dos moradores das ilhas das Flores, Grande dos Marinheiros e do Pavão, que atualmente é feito por caminhões-pipa, deixará de funcionar em 2008. A promessa foi feita ontem pelo prefeito José Fogaça à comunidade local, durante a sanção da lei que permite o acesso ao abastecimento de água e remoção de esgoto cloacal das populações moradoras de regiões não-regularizadas, com exceção das áreas de risco de Porto Alegre. A assinatura ocorreu na sede da Cooperativa Mista de Produção e Serviços Arquipélago (Coopal), na Ilha Grande dos Marinheiros, onde cerca de cinco mil pessoas serão contempladas pela medida.
Em Porto Alegre, parte da Zona Sul, da Lomba do Pinheiro e das ilhas ainda é abastecida por caminhões-pipa do Departamento Municipal Água e Esgotos (Dmae). Fogaça informou que a sanção da lei significa o fim deste serviço, principalmente na região das ilhas. "A utilização dos caminhões no próximo ano será somente em casos de urgência", comentou. O abastecimento de água nas três ilhas é feito uma vez por semana por caminhões-pipa. Cada residência recebe cerca de três mil litros de água, que são depositados em caixas d´água ou reservatórios de 500 ou mil litros.
Até o final do ano, o Dmae pretende iniciar as obras de ampliação da Estação de Tratamento de Água Francisco Lemos Pinto, na Pintada, e a implantação de cerca de 29 mil metros de redes de esgoto, com investimento de R$ 4,3 milhões, com recursos próprios do município. As obras deverão estar concluídas em um ano. Este sistema vai possibilitar o abastecimento de água encanada nas três ilhas.
O diretor-geral do Dmae, Flávio Presser, disse que a expectativa é de que 200 mil pessoas na Capital sejam beneficiadas pela lei. "Vamos legalizar a água e o esgoto cloacal de 50 mil famílias, boa parte delas depende, atualmente, do caminhão para ter acesso à água potável", acrescentou Presser. Aprovado por unanimidade na Câmara Municipal, o projeto da prefeitura, de acordo com Presser, permitirá a regularização de ligações clandestinas, os populares "gatos", que contaminam as redes, colocando em risco a saúde da população. "A medida tem o objetivo de diminuir as perdas de água e o desperdício provocado pelas ligações irregulares, alem de minimizar custos", comentou.
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JC, 12/6/2007)