A primeira das quatro audiências públicas sobre o zoneamento ambiental, promovidas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), realizada ontem (11/06) em Pelotas, na Zona Sul, revelou a pressão popular por menor rigidez do órgão para a emissão de licenças ambientais. Centenas de pessoas lotaram o Theatro Guarany para debater a proposta de zoneamento da silvicultura no Estado. Desde o final da tarde, enquanto aguardavam o início do encontro, que ocorreu pouco antes das 20h, em faixas e cartazes os manifestantes demonstravam posição favorável ao florestamento.
Três grandes companhias de celulose - Votorantim, Aracruz e Stora Enso - pretendem investir US$ 4 bilhões até 2015. Na audiência, havia representantes de prefeituras, universidades, trabalhadores, empresas, organizações não-governamentais e de comunidades. Todos com o intuito de apresentar sugestões para modificar o texto provisório do documento, que detalha como será o plantio de árvores exóticas usado por empresas. A diretora-presidente da Fepam, Ana Maria Pellini, e o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Otaviano Moraes, apresentaram a atual proposta técnica, que tem o máximo rigor ambiental possível.
"As comunidades envolvidas têm que conhecer as conseqüências ambientais, sociais e econômicas, tanto negativas quanto positivas, que poderão sofrer com esses investimentos", disse Ana Maria, ao abrir a audiência. Foram ressaltados aspectos econômicos e sociais da região. A platéia se manifestava quando as autoridades se referiam à geração de emprego e renda na Zona Sul. "Não podemos mais conviver em um Estado onde o Norte é desenvolvido e o Sul permanece subdesenvolvido", disse o prefeito de Arroio Grande e presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul, Jorge Luiz Cardoso (PDT). As próximas audiências serão realizadas amanhã, em Alegrete, na quinta-feira, em Santa Maria, e no dia 19, em Caxias do Sul.
(Por RODRIGO SANTOS,
ZH, 12/06/2007)