Não bastassem o calor intenso de janeiro, o frio de rachar de maio e o aguaceiro deste mês, o clima poderá pregar outra surpresa aos gaúchos nos próximos meses. Os meteorologistas observam os primeiros sinais do fenômeno La Niña, identificado pelo resfriamento do Oceano Pacífico nos arredores do Peru. No Estado, o La Niña cria um cenário diferente daquele que transtorna a rotina dos gaúchos nos últimos dias: ele reduz o volume de chuvas.
Em outras regiões do globo, La Niña também fará suas estripulias. Especialistas esperam verões mais amenos e inundações na Ásia. Mas não há tantos motivos para se preocupar, conforme o meteorologista José Fernando Pesqueiro, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). As observações iniciais mostram que o fenômeno não virá com tanta força. "Já temos um La Niña, que começou de forma rápida, mas ele terá efeito fraco a moderado", afirma.
Bloqueio atmosférico fez frente fria estacionar no RSAs tendências do inverno no Estado reforçam o prognóstico. O Rio Grande do Sul terá temperatura e chuva próximos das médias históricas, entre julho e setembro, com um inverno mais rigoroso. Embora o fenômeno esteja em formação, os meteorologistas descartam a relação com a chuvarada dos últimos dias. Segundo o meteorologista Fernando Nunes, da Central de Meteorologia, a chuva ganhou fôlego no final de semana porque a frente fria não consegue avançar para outras regiões do país, impedida por uma massa de ar seco sobre Santa Catarina.
A Central de Meteorologia espera que a frente fria fique estacionada em solo gaúcho até sexta-feira. É por isso que a Secretaria Nacional da Defesa Civil, assim como a Defesa Civil estadual, mantém o alerta para hoje. O órgão acredita na possibilidade de novos temporais, com raios e ventos de até 60 km/h. O centro-sul do Estado ainda aparece como o principal ameaçado.
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ZH, 12/06/2007)