O governo da China determinou uma moratória na produção de etanol de milho por preocupações de que a demanda pelo álcool combustível esteja elevando rapidamente os custos do milho e dos grãos, segundo reportagem publicada nesta terça-feira (12/06) pelo diário britânico The Times. Segundo a reportagem, a moratória acontece “ao mesmo tempo em que os líderes dos países ocidentais correm para abraçar a tecnologia do combustível alternativo produzido a partir de alimentos”. Para o Times, a medida chinesa “parece refletir uma realidade crescente sobre os combustíveis alternativos: eles são muito mais custosos economicamente e ambientalmente do que os políticos ocidentais querem admitir”.
O jornal afirma que “a defesa dos biocombustíveis é politicamente atraente para os políticos europeus e americanos, em meio aos crescentes preços do petróleo e preocupações sobre o aquecimento global e uma dependência do petróleo do Oriente Médio”. “Mas os líderes comunistas em Pequim, que não têm as preocupações políticas dos líderes democraticamente eleitos do Ocidente, reagiram ao aumento nos preços dos alimentos e a uma intensa demanda por terra arável que ameaça tornar a produção de etanol insustentável”, diz a reportagem.
O jornal explica que o boom do etanol provocou um grande aumento nas plantações de milho, uma das possíveis matérias primas para o álcool combustível, substituindo outros cultivos e levando a um aumento dos preços. “Na China, a segurança alimentar tem estado por décadas no topo da lista de prioridades do governo, e o aumento no último ano de 43% no preço da carne de porco, a mais consumida pelos chineses, como resultado do aumento no preço dos grãos consumidos pelos animais, certamente provocou preocupações nos altos escalões do partido”, afirma a reportagem.
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BBC, 12/06/2007)