O debate sobre as possibilidades de prospecção de petróleo em território acreano, proposto pelo senador Tião Viana (PT-AC), ganhou ontem mais um adepto: Florindo Poersch, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Acre. Em sua avaliação, a descoberta de petróleo e sua exploração colocará o Acre como um dos Estados mais prósperos da Amazônia, em um patamar de desenvolvimento que não pode ser desperdiçado pela autoridades. "Os benefícios para o povo serão muitos. É lógico que é preciso olhar com cuidado a questão ambiental, a responsabilidade do empreendimento, que requer um plano ambiental cuidadoso" disse Florindo.
Pesquisa da Petrobrás em território acreano, no Vale do Juruá (Serra do Divisor, na fronteira com o Peru), interrompidas na década de 70, dão conta de que, pelo menos na região, há possibilidades de grandes jazidas petrolíferas. O assunto foi retomado em fevereiro deste ano, quando o senador Tião Viana, nos primeiros dias de trabalho de mais uma legislatura do Congresso Nacional, anunciou que desde o ano 2000 vem alocando recursos ao Orçamento Geral da União (OGU) para que as pesquisas petrolíferas façam parte do PPA (Plano Plurianual) do governo federal. De acordo com o senador, o orçamento previsto está na ordem de R$ 75 milhões, dos quais, já em 2007, R$ 27 milhões seriam gastos no Acre na área de pesquisas, cuja concorrência pública para a escolha da empresa responsável pelas operações já está em fase de organização. São recursos que fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo após a posse para o segundo mandato.
Para o presidente da OAB se confirmada a descoberta de jazidas de petróleo no Estado, haverá grandes impactos positivos na economia e no desenvolvimento local, pois a instalação de uma plataforma da Petrobrás resultará em um pólo radiador de desenvolvimento, com geração de empregos, recolhimento de impostos e de royalties. "Em pouco tempo, as receitas do Estado e dos municípios poderão triplicar ou até mesmo quadruplicar".
Poersch é a favor de que as pesquisas devem continuar e até lá os debates precisam ser feitos. "A sociedade organizada do Acre, o poder público do Estado, parlamentares, precisamos todos discutir essa indústria na sua complexidade social, ambiental e econômica. Não podemos é condenar uma proposta de desenvolvimento que não deve ser de uma só pessoa isoladamente. A pesquisa sobre a possibilidade da existência de gás e petróleo no Acre é uma alternativa econômica para o Acre e isso não podemos deixar de levar em conta. Do ponto de vista econômico, a rentabilidade é alta. Do ponto de vista sócio-ambiental, se a atividade for explorada adequadamente, dentro dos padrões, que reconhecem as comunidades, as culturas e os saberes locais, os impactos positivos que a indústria pode trazer para a região são muito positivos", afirmou.
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O Rio Branco, 11/06/2007)