Gramado conta com a coleta seletiva de lixo há dez anos. Seja por falta de consciência ou de divulgação, o fato é que apenas 4,5% das 900 toneladas de lixo mensal são recolhidas pelo caminhão da coleta seletiva, que tem um itinerário semanal em todos os bairros da cidade.
Com turnos que variam das 6h da manhã às 14h e das 14h às 22h, os classificadores separam na esteira da Usina de Triagem o que pode ser reciclado do restante dos resíduos. "Eles pegam apenas o que pode ser reaproveitado. Papéis sujos ou molhados ficam comprometidos. Sacolas plásticas também são classificadas como rejeito", frisa a agrônoma da Secretaria do Meio Ambiente, Beatriz Masotti.
Conforme ela, apesar do trabalho duro de quarenta homens na usina do bairro Piratini, só 16% do lixo da cidade é encaminhado para a reciclagem. Em média, 59% do nosso lixo é orgânico. Depois de passar pela seleção, o material orgânico é encaminhado para o pátio de compostagem, onde vira adubo.
Já os resíduos que não servem para a reciclagem e também não são classificados como orgânicos são transportados para a cidade de Minas do Leão. Toda a semana saem três carretas com os rejeitos da cidade. Em épocas de maior movimento e acúmulo de lixo, o rejeito pode chegar aos 28% do total coletado. "Se a separação fosse feita em casa, poderíamos mudar o percentual do material reciclável", diz.
Pensando no futuro das filhas, Carla Masotti Bonato destaca que separa o lixo em casa há cinco anos. No entanto, frisa que a coleta seletiva deveria ser melhor divulgada entre a comunidade. "Sei que é possível separar, mas será que eu faço certo? Falta uma campanha de conscientização", frisa.
Segundo ela, o caminhão da coleta seletiva recolhe o material reciclável todas as semanas, nas quintas-feiras pela manhã. "Lavo as embalagens e coloco em uma caixa de papelão na garagem. Não atrapalha em nada. Todos podem ter um cantinho em casa para colocar o lixo seco", salienta.
Para ela, se cada um fizer sua parte, é possível contribuir para um futuro melhor. "Se aqui em casa juntamos um monte de lixo toda a semana, imaginem a quantidade de lixo da cidade inteira. Temos que pensar nos nossos filhos. Faço a separação porque tenho consciência que é importante", afirma.
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Jornal de Canela, 11/06/2007)