(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
emissões de gases-estufa derretimento das geleiras
2007-06-11
Embora os sintomas do aquecimento não sejam fenômenos generalizados na Antártida, como é no Ártico, já há importantes reduções dos gelos austrais. A região terá temperaturas mais quentes no final deste século, afirma um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O documento Perspectiva Global sobre a Neve e o Gelo, divulgado dia 4 de junho pelo Pnuma, foi preparado por especialistas de diferentes áreas e países por conta do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste 5 de junho, cujo lema é “O degelo, um tema candente?”

O informe analisa a situação do gelo e da neve no Pólo Norte (Ártico), Pólo Sul (Antártida) e regiões de montanha de todo o mundo, entre outras áreas da criosfera, importantes componentes do sistema climático da Terra. O documento de 238 páginas indica que a influência externa mais importantes sobre as neves e os gelos será o acúmulo de gases causadores do efeito estufa, emitidos por atividades humanas, considerados pelos cientistas como causa muito provável do aquecimento do planeta.

“Os maiores aumentos na temperatura anual do planeta dos últimos tempos foram registrados na região ártica da América do Norte, na Sibéria centro-setentrional e na península Antártida”, afirma o documento. Na Antártida, os sintomas do aquecimento global não têm sido generalizados nos últimos anos, ao contrário do Ártico, onde as temperaturas aumentaram quase o dobro da média mundial, afirma o texto. Mas as projeções para o final deste século indicam que serão registradas temperaturas mais quentes na superfície antártica.

Os gelos terrestres da “Groenlândia e Antártida constituem quase 99% do gelo de água doce do mundo”, alerta o documento. Se ambas derretessem completamente, o nível do mar aumentaria 64 metros. A Antártida tem 12,3 milhões de quilômetros quadrados, um volume de gelo de 24,7 milhões de quilômetros cúbicos, e estima-se que se estes desaparecessem totalmente o nível do mar subiria cerca de 57 metros. O especialista em geleiras Andrés Rivera, do Chile, acredita que é necessário distinguir as características do Ártico e da Antártida para entender as mudanças sofridas por está última devido à mudança climática.

“O Ártico está formado basicamente por gelo marinho, enquanto a Antártida é um continente gigantesco, que possui diferentes regiões nas quais o impacto do aquecimento global é diferente”, explicou o cientista à IPS. Nela são identificadas três regiões: oriental, ocidental e a península Antártica. Na primeira, que é a maior, “não estão ocorrendo grandes mudanças”, disse o especialista do Centro de Estudos Científicos, cuja sede fica na cidade de Valdivia, 840 quilômetros ao sul de Santiago. Mas “em algumas zonas da região ocidental há mudanças importantes”, como no mar de Admunsen, especialmente na geleira Pine Island, disse Rivera. “Estima-se que no futuro poderemos observar o colapso de alguns glaciais já que a área é potencialmente instável”, ressaltou.

Se o gelo do setor ocidental desaparecesse completamente, “o nível do mar aumentaria cinco ou seis metros”, diz o informe do Pnuma. Na península também são notados importantes retrocessos, principalmente “pelo colapso de plataformas de gelos flutuantes”, acrescentou Rivera, que liderou expedições científicas à região. O cientista explica que “a Antártida em seu conjunto contribui para o aumento do nível do mar, mas não há certeza quanto à magnitude de sua contribuição” devido às diferenças de suas regiões.

Groenlândia e Antártida “têm o potencial para fazer a maior contribuição para a subida do nível do mar, mas também são a maior fonte de incerteza” quanto aos efeitos que desencadeariam no clima global, ressalta o estudo do Pnuma. A retirada dos gelos antárticos favorecerá a expansão da indústria turística, o que repercutirá no meio ambiente no valor dessa região como lugar de pesquisa, diz o Pnuma. Por isso em necessário um contexto internacional que regule o turismo, acrescenta o texto.

Por outro lado, “as regiões de montanha são particularmente sensíveis à mudança climática”. Nos últimos cem anos, e em particular a partir da década de 80, ocorreu em todo o mundo uma enorme contração dos glaciais montanhosos. Na América do Sul, a maior parte dos gelos terrestres e a neve se encontram na cordilheira dos Andes que a recorre em toda sua extensão. Os glaciais sul-americanos cobrem uma área próxima dos 25.700 quilômetros quadrados, sobretudo os campos de gelo da Patagônia, que representam 66% da superfície total e ficam nas regiões chilenas de Aysén e Magallanes, mais de dois mil quilômetros ao sul de Santiago.

Na cordilheira andina, as mudanças também se manifestam de maneira diferente segundo as regiões: os Andes tropicais (Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia), os semi-áridos (zona central do Chile e Argentina) e a Patagônia, extremo sul de dos dois países. A primeira destas zonas sofre uma importante redução de glaciais. “Na Colômbia, desapareceram 50% da superfície total de gelos nos últimos 50 anos”, disse Rivera. Nas últimas três décadas ocorreu o mesmo com 30% da superfície total de gelos do Equador e com 15% da do Peru e na zona central do Chile e noroeste da Argentina também “houve fortes retrocessos”, acrescentou.

Na Argentina foram registrados avanços e reduções anômalas de glaciais, segundo Rivera. Na Patagônia se perdeu grandes massas geladas em meio século, entre 3% e 4%, contribuindo para o aumento do nível do mar, assegurou. Para dimensionar as transformações, Rivera explica que “50% da perda de glaciais na Colômbia equivale a cerca de 55 quilômetros quadrados de gelo, enquanto 3% ou 4% da Patagônia correspondem a, aproximadamente, 700 quilômetros quadrados de território. Na América do Sul a tendência generalizada de retrocesso é real, mas há exceções”, afirmou.

Devido ao aquecimento global, no Chile são detectados aumentos de temperatura em régiõs altas, a mais de 1.500 metros acima do nível do mar. Isto reduz a quantidade de neve disponível na cordilheira, o que tem impacto na quantidade de água dos rios. Os glaciais contribuem com cerca de 68% do caudal dos rios em anos secos, alerta o documento do Pnuma. A situação “requer estudar, modelar o cenário futuro, tomar medidas de adaptação e mitigação e estudar a competência pela destinação das águas”, disse o cientista.
(Por Daniela Estrada, IPS, 05/06/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -