O combate ao agronegócio será oficialmente assumido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a partir de hoje (11/06), em Brasília.
O discurso contra empresas que investem em negócios de compra de terras e que há dois anos vem ganhando espaço no movimento será o tema principal do 5º Congresso Nacional, que começa hoje à noite.
Com a expectativa de ser o maior encontro desde que o MST foi fundado, há 23 anos, o congresso, que se estende até sexta-feira, deverá receber mais de 18 mil acampados e assentados de todo o Brasil. Os governadores da Bahia, do Pará, de Pernambuco, do Paraná, do Maranhão, da Paraíba e do Distrito Federal também são esperados no encontro. Todos eles já se manifestaram a favor da causa agrária.
No momento, o maior problema que o MST vê no campo é o avanço do agronegócio e, de modo particular, a crescente presença de empresas estrangeiras em negócios de compra de terras.
- Nos preocupa o processo de concentração da propriedade da terra, que vem ocorrendo por influência do álcool e da cana - diz João Pedro Stédile, do grupo de diretores nacionais.
Com a corrida pelo biocombustível e a elevação dos preços da terra, os sem-terra acreditam que se tornará mais difícil a obtenção de áreas para a reforma agrária. Além disso, a informação de que o megainvestidor George Soros, húngaro naturalizado americano, prepara-se para investir US$ 900 milhões na montagem de uma usina de etanol, no Mato Grosso do Sul, também é alvo de preocupação pelo MST. A posição do movimento em relação ao governo federal é um dos assuntos que será colocado em pauta.
Ontem, cerca de mil integrantes do MST gaúcho partiram em 24 ônibus rumo à capital federal.
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Zero Hora, 11/06/2007)