Com investimentos superiores a R$ 500 milhões previstos até 2012, o Centro de Excelência Ambiental na Amazônia inaugurado pela Petrobras no dia 5, dentro da Semana do Meio Ambiente, inicia suas atividades com uma carteira de cerca de 30 projetos em andamento e que reúnem em torno de 650 pesquisadores das diferentes instituições científicas, universidades e organizações não-governamentais de todo o país e, principalmente, da região Amazônica.
Na solenidade de inauguração, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o Centro só será "realmente de excelência" se conseguir unir a sabedoria das populações da Amazônia com os avanços da tecnologia, para que não sejam repetidos os mesmos erros do passado.
"É preciso que tenhamos a consciência da necessidade de se buscar uma forte parceria, sobretudo com as comunidades. Se nós formos capazes de saber juntar o melhor da tradição com o melhor da modernidade, teremos um centro de excelência. E se, além desta união, nós formos capazes de criar um processo que assegure controle e participação social das informações produzidas, estaremos alimentando não apenas uma empresa importante estrategicamente para país, mas todo um país, toda uma região e todo o processo civilizatório que não aceita mais fazer as coisas às escuras", afirmou a ministra.
Na avaliação da Petrobras, o Centro poderá contribuir para a redução dos riscos associados a intervenções da indústria do petróleo na Amazônia. O gerenciamento está a cargo de uma comissão integrada por representantes da área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da estatal; do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes); e da Gerência de Responsabilidade Social.
A programação de lançamento do centro teve início na Refinaria Isaac Sabbá, com a simulação de um vazamento de petróleo que usou pipoca no lugar no óleo no Rio Negro – em quantidade equivalente a 1.300 litros de óleo, represado por barreiras em PVC de 18 polegadas e bombeado para uma balsa, onde ocorre o reprocessamento.
O gerente geral de Pesquisa e Desenvolvimento de Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável do Cenpes, Ricardo Castelo Branco lembrou que instituições estrangeiras querem investir no projeto, além dos recursos da Petrobras: "Isso é pesquisa na Amazônia, feita por instituições brasileiras e financiada por uma instituição brasileira. E facilitará o conhecimento e a melhoria de um ecossistema extremamente complexo".
Ele acrescentou que o projeto visa ao conhecimento "minucioso das características da parte viva, desde a vegetação até outros seres, além das formas de subsistência das comunidades da região".
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 10/06/2007)