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proteção da vida marinha
2007-06-11
A expressão amigável dos golfinhos poderá não passar de uma bela lembrança da humanidade antes do final deste século se persistirem as ameaças que atualmente impactam estes mamíferos marinhos. A preocupação por essa possibilidade real de extinção levou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnud), dentro da Convenção para as Espécies Migratórias e em coordenação com organizações da sociedade civil internacional e do setor privado a declarar 2007 como o Ano do Golfinho. Segundo Nirka López, especialista do Aquário Nacional de Cuba, neste país, como no resto do Caribe, há escassa informação sobre o estado das populações, sua distribuição e os perigos que pairam sobre elas, embora se estude o impacto do desenvolvimento turístico, as capturas e a mudança climática. “Nos últimos anos se vem trabalhando em Cuba na identificação e avaliação das ameaças existentes para as populações dos golfinhos”, disse López à IPS.

O Aquário Nacional, criado em 1960, desde 1997 desenvolve pesquisas no meio natural da espécie Tursiops truncatus, conhecido como nariz- de-garrafa, que proporcionaram informação sobre populações nos abrolhos do nordeste do país e na costa norte de Matanças, cerca de 90 quilômetros a leste de Havana. As duas regiões foram palco na última década de um acelerado crescimento do turismo, como parte da estratégia governamental de desenvolver este setor diante da crise econômica desatada no início dos anos 90 e cujos efeitos ainda são sentidos.

“Se o desenvolvimento acontece com um projeto adequado e se são considerados seus possíveis impactos no meio ambiente, estes podem ser minimizados”, disse López, que também apontou os efeitos negativos do tráfego intensivo de embarcações na distribuição e conduta dos golfinhos, além da mortalidade causada por colisões acidentais. “Nas áreas de maior desenvolvimento turístico, como Varadero e Cayo Coco, apesar disto eles mantêm manterem populações consideráveis”, disse a bióloga. “Nestas localidades os programas de monitoramento por parte do Aquário Nacional durante sete anos detectaram problemas”, afirmou.

Além do nariz-de-garrafa, nas águas cubanas há registro de avistamentos freqüentes de outras espécies de cetáceos nas áreas do golfo do México perto da plataforma insular: o golfinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis), o Golfinho-pintado-pantropical (Stenella attenuata) e a orca (Orcinus orca). Nas ilhas do Caribe, a expansão dos assentamentos humanos em zonas costeiras poderia estar incidindo na queda das populações de peixes que servem de alimento aos golfinhos, e no aumento da contaminação domar com substâncias químicas contidas em resíduos industriais e urbanos.

Para López, o resultado seria a degradação do habitat, o empobrecimento da qualidade da água e a alteração nos balanços ecológicos que afetam a qualidade de vida de todos os organismos relacionados na cadeia de alimentação. Por estar no nível superior dessa trama alimntar, os golfinhos assimilariam o acúmulo dessas alterações, o que multiplica seu impacto nocivo sobre estes animais. Segundo a especialista, que lidera uma pesquisa sobre o nariz-de-garrafa, as populações de golfinhos não são reportadas em zonas próximas a grandes cidades situadas no litoral cubano, como Santiago de Cuba, Cienfuegos e Havana, por isso a ameaça por esse fator é mínima.

Estima-se que cerca de 300 mil cetáceos, entre baleias, golfinhos e botos, morrem por ano no mundo afogados ao ficarem presos acidentalmente em redes de pesca. Esta causa é considerada a principal para o desaparecimento destas espécies, mais do que a captura, as colisões com barcos ou a depredação provocada por tubarões. Organizações ecológicas internacionais questionam veementemente o auge da captura de golfinhos para sua exibição, que não poucas vezes colocam o interesse econômico imediato acima da conservação desses mamíferos marinhos.

Uma das entidades que patrocinam o Ano do Golfinho, a não-governamental Sociedade para a Conservação das Baleias e dos Golfinhos (WDCS), com sede em Londres, critica qualquer tipo de cativeiro, por causa dos danos que causa à qualidade de vida do animal. Para López, em geral a missão dos aquários é a “exibição, interação e educação dos visitantes” e em certas ocasiões o desenvolvimento de programas científicos sobre estas espécies. No Aquário Nacional há um show de golfinhos, que junto a outro de lobos marinhos constituem a principal atração para o público.

“Grande parte da informação que hoje se tem sobre reprodução, fisiologia, capacidade de aprendizagem e comunicação, que permitem uma maior aproximação da vida destas espécies e senti-las mais próximas de nós, são obtidas em cativeiro, os quais são aspectos muito difíceis de estudar no meio natural”, assegurou a bióloga. Para ela, o Aquário Nacional de Cuba trabalha desde 1973 no fortalecimento de “suas capacidades técnico-profissionais para enfrentar programas científicos a respeito das populações naturais de golfinhos em águas cubanas, adequar o ótimo manejo dos animais e suas opções didático-recreativas”. López acrescenta que “se poderia ter em conta que os indivíduos que hoje estão sob condições controladas e submetidas a manejo podem ser um banco genético de reserva daquelas populações naturais que estão sendo afetadas em seu próprio meio por múltiplas atividades desmedidas e inconseqüentes do homem”.
(Por Patricia Grogg, IPS, 08/06/2007)



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