Gás metano não polui mais Aterro São João em São Paulo
2007-06-11
O prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, acionou na terça-feira (05/06), o botão que põe São Paulo entre as principais cidades do mundo que adotaram medidas para controlar gases do efeito estufa emitidos a partir do tratamento do lixo urbano. Ao iniciar a combustão de gás metano em flares (equipamentos que aspiram e queimam metano) de alta temperatura no Aterro Municipal São João, o prefeito colocou em funcionamento um programa de redução da poluição ambiental. Com a implantação total do sistema, São Paulo estará apta para neutralizar cerca de 20% dos gases do efeito estufa produzidos por resíduos sólidos. O Aterro São João fica em Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo.
"No Dia Mundial do Meio Ambiente, São Paulo demonstra que está preocupada com a qualidade de vida, preocupada com as pessoas e com o combate à poluição", afirmou o prefeito. "Nós temos a oportunidade de transformar gás metano em energia e ainda temos direito a créditos de carbono", disse. Neste primeiro momento, as operações de descontaminação do ar serão realizadas exclusivamente pela combustão do gás metano. As instalações já estão prontas para a queima de 12.000 Nm³ (normal metro cúbico) de biogás por hora a 1.100 graus centígrados, devendo alcançar a capacidade de 18.000 Nm³ por hora a partir de meados de julho. Para tanto, foram instalados mais de 30 km de tubulações especiais, com diâmetros variados, para a coleta do biogás em 150 poços construídos por todo o aterro.
O volume de gás coletado no São João será de 6.000.000 Nm³, o suficiente para o consumo de gás de uma cidade com 500 mil habitantes, ou para produzir a energia elétrica para um centro urbano de cerca de 300 mil habitantes. Em janeiro de 2008, o Aterro São João ganhará usina de biogás semelhante a do Aterro Bandeirantes, situado na Zona Norte de São Paulo. A usina de energia elétrica terá capacidade para gerar 170.000.000 KWh por ano. Com isso pode-se dizer que, a partir do próximo ano, 7% da energia elétrica consumida nas residências da Cidade estará sendo suprida pelo gás proveniente do lixo urbano dos dois aterros sanitários do Município. Os dois aterros estão entre os cinco maiores projetos mundiais de controle de gases do efeito estufa emitidos por lixo urbano, aprovados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Os gases do efeito estufa são resultado principalmente da emissão provocada por veículos com motores a explosão que consomem combustíveis fósseis, da derrubada de matas e florestas, e da emissão gerada pela decomposição de resíduos sólidos. Em São Paulo, a administração municipal vem combatendo a poluição em diversas frentes. O Aterro Sanitário São João, operado por regime de concessão pela EcoUrbis Ambiental desde outubro de 2004, tem área de 824 mil m², sendo que 500 mil m² são destinados aos resíduos sólidos. Mais de 85% da área útil já foi utilizada. Começou a operar em dezembro de 1992. Até julho de 2005, recebeu 23,4 milhões de toneladas de resíduos. Até o final de sua vida útil, prevista para outubro de 2007, receberá mais 4,5 milhões de toneladas, num total de quase 28 milhões de toneladas.
A média diária de resíduos recebidos nos últimos anos foi de 5.812 toneladas e a geração de líquido percolado (chorume), transportado por carretas para o tratamento na Sabesp, ultrapassa os 1.800 m³ por dia. Atualmente, o São João recebe 6,5 mil toneladas por dia de resíduos. O novo aterro que substituirá o São João fica nas proximidades das avenidas Ragueb Choffi, Iguatemi, Aricanduva e da estrada do Sapopemba, na Zona Leste. Tem área total de 435 mil m² e está em fase de licenciamento pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Em defesa do Meio Ambiente
No Dia Mundial do Meio Ambiente, o prefeito também inaugurou a Trilha Ecológica Sapopemba e plantou uma muda de pau-brasil na área onde estão instalados os equipamentos para a combustão do gás metano no Aterro São João. A Trilha Ecológica Sapopemba tem 750 metros de extensão e passa pela área de preservação do aterro, com 270 mil m². É utilizada por crianças e jovens estudantes que participam do programa Ver de Perto, de visita monitorada ao São João. Durante o programa, recebem orientações sobre a reciclagem do lixo e preservação do meio-ambiente. Desenvolvido pela EcoUrbis, o Ver de Perto já atendeu 2 mil alunos da rede pública de ensino.
(Envolverde/Prefeitura SP, 09/06/2007)