Garrafas PET, espuma, borracha, tampinha de refrigerante. Tudo isso pode virar brinquedos e peças decorativas nas mãos de quem já passou por uma das oficinas Reaproveitar com arte, realizadas pela Prefeitura do Recife. Só neste ano, cerca de 220 pessoas participaram do curso, que foram promovidos em oito comunidades, entre elas Três Carneiros, Mangueira, Santa Terezinha, Jardim Monte Verde, Santo Amaro.
A grande vedete do curso de reaproveitamento é a garrafa de plástico PET, um dos maiores vilões ambientais jogados freqüentemente nos canais da cidade. Com ela, é possível confeccionar artesanalmente brinquedos (carrinho, porta jóias, cofrinhos, cestinhas, etc), objetos decorativos (jarros, balão de São João, milho, sobrinhas de frevo) e até móveis (pufes). "Reaproveitar é dar novo uso a objetos que seriam jogados no lixo por não ter mais função. Através dessa iniciativa, reduzimos a quantidade de lixo destinado ao aterro e também o material jogado nos canais", ressalta a assessora Sócio-Ambiental da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), Jane Cristina.
As oficinas são ministradas em cinco dias, apresentando uma carga horária de 15h. O conteúdo das aulas é sempre renovado, apresentando objetos temáticos de acordo com a época do ano: Natal, São João, Páscoa, etc. Jane Cristina conta que, em média, são oferecidas 40 vagas para o curso. Mas, a procura é grande e já houve casos em que mais de 100 pessoas se inscreveram para participar da atividade. "A oficina dá os conceitos básicos de reaproveitamento de resíduos sólidos. Depois, as pessoas usam a imaginação e criam novos objetos mais bonitos e sofisticados. Algumas pessoas até viram artesãs", afirma.
A oficina Reaproveitar com Arte faz parte de um projeto estratégico de redução de descarte de resíduos sólidos nos canais. Por isso, um trabalho de educação ambiental também é desenvolvido com os moradores, em parceria com as secretarias de Saúde, Planejamento Participativo e Saneamento. "A comunidade passa a compreender que, ao se jogar lixo no meio ambiente, mais problemas são gerados para os próprios moradores, como alagamentos e doenças. As oficinas é uma forma de melhor aproveitar o material descartado, mas não têm o objetivo de gerar renda. Na verdade, a intenção é desenvolver a consciência ecológica", explica.
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Envolverde/Assessoria,10/06/2007)