O 5º Congresso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que começa nesta segunda-feira (11/06), vai discutir o plano de ação do movimento para os próximos cinco anos. Na agenda, algumas atividades em parceria com outros movimentos sociais, repetindo a estratégia do último dia 23 de maio, em que o MST uniu-se à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros contra reformas que reduzam de direitos sociais.
A principal agenda para esta ano, segundo uma das coordenadoras nacionais do MST, Marina dos Santos, será o plebiscito sobre a privatização da Vale do Rio Doce. Em setembro, durante as comemorações da Semana da Pátria, o MST vai participar da organização de um plebiscito para que a sociedade se posicione sobre o processo de privatização da Vale, ocorrida em 1997.
O MST quer, segundo Marina, tornar essa privatização "um símbolo" para que a sociedade brasileira abra uma discussão sobre privatização. "Perceba como está a intervenção (econômica), principalmente das empresas do exterior no país. Isso tem causado uma grande perda da soberania do povo brasileiro". "Cada dia mais, nós, enquanto nação, perdemos espaço de decisão".
Também estará em discussão no Congresso, a conjuntura internacional, Marina Santos disse que os debates serão norteados "no modelo econômico em vigência". De acordo com ela, este modelo proporciona "uma intervenção" de instituições como o Banco Mundial (Bird) em políticas do país. Neste sentido, Marina Santos destacou a necessidade de o movimento debater a questão agrária dentro deste contexto internacional. "O avanço do capitalismo no campo, por meio do agronegócio, não é isolado do mundo. Faz parte de todo um complexo da política e da economia que está aí. A idéia é trazer especialistas nesta área para que possamos aprofundar nosso conhecimento e nossos debates".
(Por Daniel Merli e Marcos Chagas, Agência Brasil, 10/06/2007)